fonte: Saúde Business

O Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) completa dez anos este ano. Até o momento, foram aplicados R$ 4,6 bilhões no SUS por meio de aproximadamente 550 projetos que levam inovação e contribuem com o aperfeiçoamento, fortalecimento e qualificação da saúde pública brasileira.

O Programa é uma parceria do Ministério da Saúde com cinco hospitais filantrópicos que são referência em qualidade no Brasil: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, HCor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês. Os projetos, executados dentro de triênios, são realizados pelos hospitais para atender as necessidades do SUS em abrangência nacional.

Luiz Henrique Mandetta afirma que o Ministério da Saúde quer a ampliação dessa iniciativa. “É importante que o setor privado e o público dialoguem”, afirma. O Ministro ainda explana que em meio a um País com tantas diferenças e desafios, não existe um sistema isolado de saúde. “Não existe PROADI sem SUS. Precisamos ter o entendimento que coberturas e acessos à saúde, para serem universais como consta na Constituição, precisam da parceria público-privada”, concluí.

As iniciativas do PROADI-SUS foram estabelecidas para aprimorar e tratar de temas urgentes para a sociedade brasileira, como, por exemplo, incorporação de políticas de saúde, pesquisas e avaliação de tecnologias em saúde, assistência altamente especializada, segurança do paciente e gestão.

Henrique Neves, Diretor Geral da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, explica a origem dos recursos. “Os projetos são executados pelos cinco hospitais com recursos próprios, equivalente no mínimo ao valor da imunidade de contribuições sociais de que são imunes”.

Um dos hospitais beneficiados é o Socorrão II, em São Luís do Maranhão, que enfrentava superlotação em seu pronto-socorro, com grandes filas, pacientes nos corredores e dificuldade de internação. Fabrícia Cavalcante Rocha, Coordenadora do Núcleo de Segurança do Paciente, participou do evento para compartilhar sua experiência com o projeto Lean nas Emergências, realizado pelo Hospital Sírio Libanês. “O tempo para internação dos pacientes diminuiu em 27%; o tempo médio de permanência no hospital, que era 15 dias no ano passado, hoje tem média mensal de 8 dias. Temos ganhos de diversos indicadores, mas por trás de tudo isso, também tem um valor. O Lean foi um resgate de como atender o paciente no pronto-socorro. O projeto veio no momento que mais precisávamos, pois tínhamos tentado diminuir a lotação do pronto-socorro, mas não sabíamos exatamente como. Por meio de todas as ferramentas trazidas pela iniciativa, tivemos diversos ganhos”, finaliza.

Para Bernardete Weber, Superintendente de Responsabilidade Social do HCor, os benefícios dos projetos executados englobam o curto, médio e longo prazo. “Além de atingir resultados concretos, como diminuir taxas de infecção nas UTIs ou filas para o atendimento, o PROADI-SUS provoca uma mudança de cultura no serviço público, demonstrando que é possível atingir gradativamente a excelência por meio do conhecimento e da adoção de melhores práticas na gestão de saúde”, afirma.

Temas de atuação

O PROADI-SUS atua em projetos de diversas frentes. Vânia Bezerra, Superintendente de Responsabilidade Social do Hospital Sírio-Libanês, explica que as iniciativas de gestão aplicam metodologias específicas. “Para atender o paciente de forma ágil e qualificada, diversos processos operacionais precisam ser otimizados, o que significa também reduzir desperdícios. É com esse conhecimento que os hospitais integrantes do PROADI-SUS contribuem com os hospitais do SUS”, explana. Nesses dez anos, 111 programas de gestão foram executados, com mais de 313 mil atendimentos realizados.

Outro destaque são as iniciativas focadas em Segurança do Paciente, que impactaram 32 mil profissionais de saúde na última década. Luciano Hammes, Superintendente de Educação, Pesquisa e Responsabilidade Social do Hospital Moinhos de Vento, explica como funciona a atuação do PROADI-SUS nessa temática. “Trabalhamos para a redução de infecções hospitalares em UTIs, além da avaliação do impacto clínico e financeiro da resistência antimicrobiana no SUS. Esses dados permitem a consolidação de evidências para o direcionamento de políticas públicas em saúde, beneficiando diretamente milhões de brasileiros”.

Para Ana Paula Pinho, Superintendente de Responsabilidade Social do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, os projetos que levam inovação e tecnologia também aumentam o acesso da população à uma saúde de qualidade. “Projetos de telemedicina garantem um diagnóstico ágil na atenção primária e promovem análise de exames e regulação de casos por meio da consultoria e atuação dos hospitais membros do Programa”. Nessa área de atuação, cerca de 13 projetos foram executados nos últimos dez anos, com mais de 1 milhão de atendimentos realizados.

Sobre o PROADI-SUS

O Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) foi criado em 2009 com o propósito de apoiar e aprimorar o Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de projetos de capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias, gestão e assistência especializada aprovados pelo Ministério da Saúde. Hoje, o programa reúne cinco hospitais sem fins lucrativos que são referência em qualidade médico-assistencial e gestão: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, HCor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês. O PROADI-SUS é mantido com recursos dos hospitais participantes, equivalente no mínimo ao valor da contribuição social de que são imunes. Os projetos levam à população a conhecimento dos hospitais em iniciativas que atendem necessidades do SUS. Entre os principais benefícios do PROADI-SUS, destacam-se: redução de filas de espera; qualificação de profissionais; pesquisas do interesse da saúde pública para necessidades atuais da população brasileira; gestão do cuidado apoiada por inteligência artificial e melhoria da gestão de hospitais públicos e filantrópicos em todo o Brasil. Para mais informações sobre o Programa e projetos vigentes no atual triênio, acesse o site.