A
pesquisa revela que 80% das crianças gostariam
de saber mais sobre os tratamentos que recebem e 67%
consideram que os médicos deveriam esclarecer
suas dúvidas. O trabalho, baseado em entrevistas
com 2.257 crianças de 22 países europeus,
conclui que "as crianças raramente são
consultadas ou questionadas sobre assuntos importantes"
sobre sua saúde.
Durante as duas sessões de
trabalho da Conferência, as autoridades sanitárias
europeias pretendem adotar princípios básicos
que definam como os sistemas de saúde e seus
profissionais podem envolver o paciente nos processos
médicos. Para isso, políticos, especialistas
e profissionais de saúde abordam em Lisboa,
além das questões sobre a infância
em geral, casos particulares como a situação
de crianças em risco de exclusão social,
os menores de etnia cigana e as vítimas de
abusos sexuais.
José Díaz Huertas,
presidente da Sociedade de Pediatras Sociais espanhola,
revela que a necessidade de ouvir as crianças
se estende aos demais pacientes. Carmen Moya, diretora-geral
da Agência de Qualidade do Sistema Nacional
de Saúde, declara que a Espanha é "uma
referência" na Europa no atendimento médico
à infância.
"Reconhecemos os direitos dos
pacientes menores de 16 anos e estamos avançados
na Europa neste assunto", garante. A vice-secretária-geral
do Conselho da Europa, Maud de Boer-Buquicchio, lembra
que o objetivo do debate é garantir às
crianças "o direito ao acesso a saúde
de alta qualidade". "Este direito deve ser
protegido apesar da crise econômica. Fazer cortes
em áreas como os serviços de saúde
é um enfoque limitado e não um investimento
de futuro", defende.
Outros assuntos debatidos na conferência
de Lisboa são a igualdade e acessibilidade
à assistência médica das crianças,
a participação delas no sistema de saúde
e boas práticas para uma melhor saúde
dos menores.
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