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fonte:
SaúdeWeb
Para o secretário de saúde
suplementar da Fenam, Márcio Bichara, mesmo
com que as universidades estejam formando mais profissionais,
o mercado tem oferecido oportunidades de trabalho |
Se
para algumas profissões a falta de emprego
é um problema recorrente, para os médicos
situações como essa não costumam
ser um empecilho. Isso porque segundo o secretário
de saúde suplementar da Federação
Nacional de Saúde (Fenam), Márcio Bichara,
não existe médico sem emprego no Brasil.
“Ainda que as universidades estejam formando
muitos médicos, o mercado tem absorvido todos
esses profissionais”.
Um dos fatores que impulsiona a contratação
de atuantes nesta categoria é porque a sociedade
cada vez mais está reivindicando melhorias
na saúde, fazendo com que as entidades responsáveis
promovam iniciativas que favoreçam o acesso
a saúde no País.
No entanto, de acordo com Bichara, ainda que os profissionais
de saúde não encontrem dificuldades
de se colocar no mercado de trabalho, ele ressalta
que esta esfera se depara constantemente com percalços
relacionados a ausência de plano de carreira,
má remuneração por parte das
operadoras, baixa qualidade no ensino, falta de preparo
para lidar com determinadas situações
e dificuldades de se manter em determinadas especialidades.
De acordo com Bichara, uma das principais complicações
relacionadas à medicina é a má
distribuição dos médicos por
localização. “A concentração
de médicos nos grandes centros urbanos e capitais
faz com que determinadas regiões, como o norte
do Brasil e interior tenham escassez de acesso à
saúde”.
O motivo pelo qual existe um déficit de pessoas
atuando nos hospitais e instituições
de saúde dessas regiões se dá
pelo fato de que nessas localidades é difícil
haver um plano de carreira para o médico. “Infelizmente,
não existe um planejamento para o médico
se sentir seguro em trabalhar em regiões que
fiquem afastadas dos centros urbanos”.
Ele conta que a municipalização não
conseguiu firmar médicos nos pequenos municípios.
“Acredito que deveria haver um plano de carreira
ou nacional ou estadual que fornecesse ao profissional
à perspectiva dele voltar”. E completa
ao dizer que entidades representativas da categoria
como a Fenam estão lutando para que exista
a possibilidade do médico ter um cargo federal,
onde ele possa prestar um concurso e rodar o Brasil
inteiro e não ficar preso a determinado município.
Planos de saúde
Além do remanejamento de médicos para
localidades distantes das principais capitais, as
negociações com operadoras de planos
de saúde tem sido um fator preocupante. Segundo
o secretário, atualmente 45 milhões
de brasileiros contam com planos de saúde e
150 mil médicos atendem essa demanda, que é
crescente.
O cerne do problema está na remuneração
oferecida por consulta. Bichara afirma que o valor
pago pelas operadoras está aquém das
expectativas dos médicos. Ele relembra que,
diante da defasagem do honorário médico,
houve tentativas de negociar com as operadoras. Nos
dias 7 de abril e 21 de setembro os profissionais
realizaram paralisações nos atendimentos.
“A relação está difícil
e existe um confronto direto dos médicos com
as operadoras de planos de saúde”.
Na opinião de Bichara, a ANS deve intervir
nessa situação uma vez que é
um órgão do governo, pois é um
conflito entre um poder econômico contra uma
categoria.
No intuito de solucionar essa situação
foi criada uma subcomissão na comissão
de saúde da Câmara propondo um marco
regulatório para a saúde suplementar
no País.
“Estamos negociando com os estados e chamando
as operadoras para conversar. No dia 04 de novembro
vamos fazer um balanço nacional no Conselho
Nacional de Medicina onde teremos os números
de todas as localidades”.
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