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fonte:
Revista Fator
A obesidade é um problema
que tem afetado milhões de pessoas no mundo
e cuja incidência também aumenta no Brasil.
Estudos são realizados em diferentes países
para entender os mecanismos que levam ao excesso de
peso, assim como existem pesquisas para medicamentos.
Sabe-se que um programa de atividade física
personalizada, reeducação alimentar
e, se necessários, remédios ajudam.
Porém, quando a obesidade atinge um grau severo,
levando ao desenvolvimento de doenças metabólicas
e outros problemas clínicos, porque o paciente
não responde a nenhum dos métodos, o
procedimento cirúrgico passar a ser o mais
indicado. |
Quando
o caso requer este tipo de intervenção,
para oferecer ao paciente maior conforto no pós-operatório,
a técnica cirúrgica mais indicada na
realização da cirurgia bariátrica
é por Videolaparoscopia. "A operação
de redução do estômago por meio
de Videolaparoscopia é um procedimento feito
com a ajuda de uma microcâmera, que torna o
procedimento menos invasivo, uma vez que são
feitas pequenas incisões no abdome. Com esta
técnica, as complicações com
a própria ferida cirúrgica são
menores, o tempo de internação e de
recuperação também é menor.
A tendência mundial na área de cirurgia
bariátrica é a de oferecer mais qualidade
de vida ao paciente", relata Dr. Luiz Vicente
Berti (CRM-SP 62294), cirurgião do aparelho
digestivo e diretor do Centro de Cirurgia Obesidade
e Metabólica e membro da Sociedade Brasileira
de Cirurgia Bariátrica e Metabólica
(SBCBM) e da International Federation for Study of
Obesity (IFSO).
No Brasil, a vídeolaparoscopia
ainda não era uma técnica acessível
a todos os pacientes que necessitassem desse tipo
de procedimento - mas a situação deverá
mudar já em janeiro de 2012, pois os convênios
de saúde deverão incluir essa cirurgia
no rol de procedimentos e eventos em saúde,
de acordo com decisão da Agência Nacional
de Saúde e do Conselho Federal de Medicina.
"A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica
e Metabólica (SBCBM) criou uma campanha com
o tema "Obesidade sem marcas" e consideramos
o impacto dessa ação muito positivo,
pois contribuímos para o debate e a mudança
das regras", comemora Dr. Berti. "A Videolaparoscopia
é um método menos invasivo que representa
uma economia aos planos a médio prazo, devido
à redução dos dias de internação
e da menor incidência de complicações.
Devemos valorizar o bem-estar do paciente", completa
o médico.
A cirurgia - Minimamente
invasiva e aplicável em todas as técnicas
cirúrgicas, a Videolaparoscopia representa
uma importante evolução tecnológica
da medicina. Nela, são feitas de quatro a sete
mini-incisões de 0,5 a 1,2 centímetros
cada uma, por onde passam as cânulas e a câmera
de vídeo. "Das quase 60 mil cirurgias
bariátricas realizadas em 2010 no Brasil, 35%
foram feitas via Videolaparoscopia. A taxa de mortalidade
média é de apenas 0,23% - abaixo do
índice de 1% estabelecido pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) -, contra 0,8% a 1%
da cirurgia aberta (laparotomia)" revela Dr.
Luiz Vicente Berti.
A Videolaparoscopia, por ser uma
cirurgia minimamente invasiva, oferece inúmeros
benefícios sobre a cirurgia convencional. Para
os especialistas, as vantagens oferecidas pela técnica
são várias. Dentre eles destacam-se:
menor dor no pós-operatório, menor tempo
de internação, melhor resultado estético,
com cicatrizes menores, retorno mais rápido
às atividades rotineiras, menor índice
de infecção.
De acordo com o Dr. Luiz Vicente
Berti, a cirurgia bariátrica por Videolaparoscopia
dura, em média, entre 40 minutos e 1 hora e
30 minutos. E nela é realizado de quatro a
sete pequenas incisões de 0,5 a 1,2 centímetros.
Já no pós-operatório, os benefícios
são ainda maiores, pois ocorre uma dor mínima
por um dia ou ela é quase inexistente (característica
mensurada pela quantidade de analgésicos consumidos
pelo paciente), alta hospitalar precoce e retorno
mais rápido às atividades laborais,
por volta de 7 a 10 dias, enquanto que na cirurgia
aberta, o paciente fica, no mínimo, três
dias internado e leva de 30 a 50 dias para voltar
à rotina normal.
Outro ponto observado é que a Videolaparoscopia
ainda apresenta menor risco de infecções,
além de resultar em pequenas cicatrizes.
Na avaliação do Dr.
Luiz Vicente Berti não existem contraindicações
extremas para a não-realização
de cirurgias videolaparoscópicas.
"Em alguns casos, encontramos contraindicações
relacionadas ao paciente ou ao seu estado de saúde,
como pacientes com doenças cardíacas
ou pulmonares graves e cirurgias abdominais prévias
extensas. Mas, a maior parte dos pacientes são
elegíveis a esse tipo de procedimento menos
invasivo. Quanto ao custo o que deve ser avaliado
é o benefício que a técnica oferece,
uma vez que o paciente recebe alta hospitalar em menos
de 36 horas", finaliza.
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