NOTÍCIAS
27.12.2011 |
Pediatria clínica
e cirúrgica: dificuldades diárias
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fonte:
jornal AMETA (Associação de Médicos
da Tijuca e Adjacências)
A saúde está em crise.
Essa é uma afirmação ouvida quase
diariamente e que, por isso mesmo, acaba por adquirir
peso de verdade absoluta, ou de senso comum. Mas devemos
ter cuidado com conceitos generalizados. É
preciso lembrar que, desde o século 17, com
René Descartes, já se sabe que o senso
comum confunde a compreensão da realidade.
Isso significa dizer que, quando todo mundo pensa
igual, ninguém realmente pensa. Os investimentos
no setor de saúde são crescentes, e
as taxas de lucro também.
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Entretanto na área em que atuam no cuidado
da criança , os cirurgiões pediátricos
e os pediatras clínicos, percebem no dia
a dia como é difícil internar e tratar
o seu pequeno paciente em um hospital privado especializado
de maneira adequada. Enfrentamos dificuldades desde
a disponibilização de vagas , quanto
na qualidade dos serviços oferecidos. Em
serviços, pode-se abranger desde o capital
cultural e a cultura organizacional pertinente a
cada instituição , assim como o equipamento
colocado à disposição dos clientes
internos e externos. A população pediátrica
aumenta a cada dia, entretanto não observamos
um aumento significativo de leitos disponíveis
para o paciente pediátrico em nosso município,
e pode ser acrescentado que dependendo da operadora
de saúde que o paciente faz parte, torna-se
complicado selecionar um hospital que atenda às
necessidades da criança e de seu médico
assistente.
Alguns destes hospitais participam dos processos
de acreditação de qualidade sejam
eles Organização Nacional de Acreditação
(ONA), Joint Commission International ou Acreditação
Canadense, entretanto como cirurgião pediátrico
posso citar eventos desagradáveis que ocorrem
frequentemente como : oferta de instrumental cirúrgico
desgastado, gaze cirúrgica e fios cirúrgicos
de qualidade inferior, bisturi elétrico com
mal funcionamento, capotes cirúrgicos puídos
ou rasgados, focos cirúrgicos de luz com
luminosidade extremamente deficiente, falta de sala
para recuperação pós anestésica.
Podemos citar também a demora no processo
de internação e/ou consulta de uma
criança, falta de roupas para o paciente
em sua acomodação, e um tempo demasiadamente
longo para buscar uma criança no quarto e
transportá-la para o centro cirúrgico.
A verdadeira revolução que o homem
pode fazer é pensar, e pensar é saúde.
Quando falamos sobre a segurança do paciente
pediátrico estamos obrigatoriamente abordando
o tema da organização dos serviços,
de protocolos de atendimento assistencial, da implantação
de barreiras para evitar o erro, da incorporação
rotineira de treinamentos, de auditorias para verificação
da aderência e do cumprimento dos procedimentos
de segurança. Hoje temos pela frente uma
escassez de leitos pediátricos , assim como
de falhas na segurança na prestação
de serviços ao médico e ao paciente.
Precisamos de atitudes para melhorar as condições
do nosso acesso a serviços pediátricos
de excelência.
Dr. Sandoval Lage da Silva Sobrinho
tesoureiro da CIPERJ
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