Considerando
a contagem de zero a dez, enquanto a nota da capital
do Espírito Santo foi 7,08, a capital fluminense
chegou apenas a 4,33, menor que a média brasileira,
que foi de 5,47 pontos.
No mesmo grupo de Vitória
e Rio de Janeiro estão São Paulo (com
6,21 pontos), Porto Alegre (6,51) e Belo Horizonte
(6,40) – entre os melhores – e Brasília
(5,09), João pessoa (5,33) e Cuiabá
(5,55) entre os piores.
Para detalhar mais o IDSUS e comparar o desempenho
dos municípios brasileiros, o Ministério
da Saúde separou as cidades do país
em seis grupos homogêneos divididos de acordo
com o desenvolvimento econômico, as condições
de saúde e a estrutura do município.
Com essa divisão, nos grupo
1 (em que estão Vitória e Rio) e 2 ficaram
as cidades com melhor infraestrutura e condições
de atendimento à população e
nos grupos 5 e 6 estão a maioria dos municípios,
com menores população e estrutura de
saúde.
O IDSUS é resultado do cruzamento
de 24 indicadores que avaliam o acesso ao sistema
de saúde e a efetividade dos serviços.
São verificados, por exemplo, a cobertura de
equipes nas unidades, a proporção de
nascidos vivos de mães com sete ou mais consultas
pré-natal, a realização de exames
preventivos de câncer de mama e do colo do útero
e o acesso a internação para tratamentos
clínicos e cirurgias.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou
que o governo vai criar maneiras de ajudar os municípios
a melhorarem os índices e disse que "O
IDSUS não é e não será
única ferramenta para avaliar o Sistema Único
de Saúde, já que no índice não
consta a percepção popular da rede de
atendimento".
- O Ministério vai criar incentivo para municípios
e cidades que melhorem os índices, justamente
para que possam enfrentar o que os indicadores apontam
como negativos. O indicador será para avaliar
a melhoria. Quem melhorar merece receber incentivo.
Padilha destacou que ainda não considera a
nota média do Brasil satisfatória.
- Essa nota mostra que o acesso de qualidade à
saúde pública é o grande desafio
de um país como o nosso, que cresce economicamente
e tem que ter a saúde como tema central de
seu esforço, entendimento que também
é o da presidente Dilma Rousseff. O IDSUS vai
inclusive ajudar o conjunto dos agentes a mostrar
claramente as dificuldades de acesso à saúde
pública no país e o quanto precisamos
caminhar para melhorar.
Outro lado
A Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil
esclarece que os dados usados como referência
para o estudo são de 2008 até 2010.
Neste período, um dos principais itens avaliados,
o acesso à atenção básica,
era pequeno, devido ao, até então, baixo
investimento feito historicamente na estratégia
de saúde da família. Ao final de 2008,
a capital fluminense possuía apenas 3,5% de
cobertura de saúde da família, e hoje
o número ultrapassa 31%, o que representa aumento
de quase 9 vezes.
Ainda de acordo com a assessoria da pasta, durante
a apresentação do IDSUS, o próprio
ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou
que se contados os dados de 2011, o Rio estaria acima
da média nacional. O secretário municipal
de Saúde e Defesa Civil, Hans Dohmann, considera
que o trabalho tem sido bem feito.
- Hoje, o Rio não é mais o último
deste ranking, e até o final deste ano, a cidade
terá um dos melhores indicadores. Assumimos
a saúde do Rio praticamente em estado de abandono
e, até o final desta gestão, a cidade
será um dos modelos para o país.
A Secretaria Estadual do Rio também se defendeu.
De acordo com sua assessoria, a cada ano novas metas
são batidas nas unidades do Estado. Desde 2007
foram investidos R$ 240 milhões na atenção
básica. Em 2012 serão mais de R$ 155
milhões, mais de 50% do valor dos últimos
cinco anos.
O secretário Sérgio Côrtes afirmou
que os índices apresentados não traduzem
a realidade.
- Essas notas são do municípios. mas
entendo esses municípios como responsabilidade
do estado e do Governo Federal. Nós temos investimentos
e resultados que comprovam que este indicador não
condiz com a realidade do estado ou do município
do Rio", afirmou o Secretario de Estado de Saúde,
Sérgio Côrtes.
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