“Muitos
salários do serviço público não
são justos, inclusive o do médico. Queremos
uma solução construtiva e que traga
ganhos para a categoria. Vamos manter os ganhos que
a MP trouxe e garantir que os médicos não
tenham perdas”.
A afirmação foi feita
durante audiência pública nesta terça-feira,
dia 5 de junho, na Câmara dos Deputados, onde
houve participação maciça da
categoria médica: cerca de 500 profissionais
participaram de manifestação no Congresso
e participaram ativamente de toda a discussão.
A reunião é em conjunto com as comissões
de Seguridade Social e Família; de Trabalho,
de Administração e Serviço Público;
e de Direitos Humanos e Minorias.
Eduardo Braga informou, ainda, que
os adicionais de insalubridade e de periculosidade
dos médicos não estão resolvidos:
“Eles servem hoje para corrigir distorções
nos salários que são muitos baixos”.
Prejuízos - O texto da MP 568/2012 altera a
carga horária dos médicos que trabalham
em hospitais públicos federais, de 20 para
40 horas semanais, o que representa 50% de perda salarial.
As perdas atingem, inclusive, aposentados (e pensionistas),
que tanto já se dedicaram ao serviço
público, enfrentando baixos salários
e condições de trabalho adversas. O
relator revisor da MP, deputado Osmar Serraglio (PMDB/PR),
também ressaltou que o Governo enxergou o “erro”:
“há o compromisso de se evitar as perdas”.
“O Estado dá atestado de sua incapacidade
administrativa, na contra-mão da necessidade
do incentivo público ao trabalho médico.
Trata-se de um enorme retrocesso em um país
já tão castigado pela carência
do nosso Sistema Único de Saúde e pela
desvalorização dos médicos”,
alertou o 2º vice-presidente do Conselho Federal
de Medicina (CFM), Aloísio Tibiriçá,
durante a audiência pública.
Representante da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), o médico Amâncio Paulino explicou
que as modificações propostas para a
categoria foram feitas “na surdina”: “nenhuma
entidade médica foi ouvida”, reclamou.
Movimento – O problema afeta
cerca de 50 mil servidores e já causa protestos
em vários estados. Enquanto a situação
não se resolve, médicos de todo o Brasil
estão mobilizados contra a Medida Provisória
e confirmam mobilização nacional na
próxima terça-feira, dia 12 de junho.
(leia mais aqui)
Durante a audiência na Câmara dos Deputados
500 médicos se manifestaram e pediram aos deputados
que garantam o respeito com a categoria. “Essa
MP vai cair, o que não cairá é
nossa mobilização. Sairemos nas ruas
pela dignidade profissional e valorização
da saúde pública”, finalizou Tibiriçá.
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