O movimento
médico avalia que há avanços
nas negociações com os planos de saúde
desde as últimas mobilizações
-7 de abril e 21 de setembro de 2011 e em 25 de abril
de 2012-, em que médicos suspenderam atendimentos
aos planos e realizaram atos públicos. Os médicos
entendem, porém, que os avanços alcançados
ainda são insuficientes.
O balanço foi feito nesta
quinta-feira em reunião ampliada da Comissão
Nacional de Saúde Suplementar (COMSU), composta
por representantes do Conselho Federal de Medicina
(CFM), Associação Médica Brasileira
(AMB) e Federação Nacional dos Médicos
(Fenam), com a participação de conselhos
regionais, sindicatos e sociedades médicas.
Representantes dos Estados criticaram
as propostas de reajustes nos honorários dos
médicos feitas pelas operadoras, em alguns
casos tidos como “pífios”.
Os médicos ainda alertaram
para a necessidade de corrigir as defasagens acumuladas
nos últimos anos e de estender os reajustes
das consultas também aos procedimentos.
A reunião desta quinta-feira
apontou para a continuidade das negociações
com as operadoras, a realização de assembléias
nos Estados entre julho e agosto e para um indicativo
de paralisação nacional em outubro,
mês em que se comemora o dia do médico.
A duração dessa nova
paralisação e outras estratégias
de mobilização serão avaliadas
pelos Estados e chanceladas na próxima reunião
da Comissão Nacional de Saúde Suplementar,
marcada para 17 de agosto.
Paralelamente a esse movimento, as
entidades médicas cobram da ANS (Agência
Nacional de Saúde Suplementar) a edição
de uma resolução normativa que substitua
a atual, de 2004, que garanta a assinatura de contratos
adequados entre operadoras e médicos, através
de suas entidades, e reajustes satisfatórios.
Distorção
– Consecutivos reajustes autorizados pela ANS
acima do Índice de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) consolidam o cenário criticado
pelas entidades médicas. Em geral, onera-se
o usuário e os honorários médicos
continuam defasados. Nesta quinta-feira (28), a Agência
fixou em 7,93% o índice máximo de reajuste,
superando a inflação média acumulada
no período, de 4,99%.
Para se ter uma ideia da distorção,
o valor médio pago por uma consulta, segundo
dados da própria ANS, subiu apenas 28,2% de
2005 a 2010, passando de R$ 31,38 para R$ 40,23, enquanto
o faturamento anual dos planos médico-hospitalares
aumentou 101,1% no mesmo período.
“O médico é o
único que não tem o reajuste garantido.
Esperamos que a contratualização faça
avançar esse processo; no momento, o que tem
garantido o nosso honorário é a mobilização”,
afirma o coordenador da Comsu, Aloísio Tibiriçá. |