|
fonte:
CFM
A Resolução
do Conselho Federal de Medicina (CFM) 1973/2011, publicada
no Diário Oficial da União desta segunda-feira
(1º), cria três novas áreas de atuação
médica: medicina do sono, medicina paliativa
e medicina tropical. Área de atuação
é um ramo de especialidade médica. Ao
ingressar em programa de residência da especialidade
infectologia, por exemplo, o profissional pode, a
partir de agora, receber treinamento adicional específico
na área de medicina tropical.
|
“Mudanças nas características
de determinados ramos da medicina exigem adaptações
de nomenclatura e de distribuição das
atenções profissionais; isso é
próprio do caráter orgânico da
profissão”, avalia Carlos Vital, 1º
vice-presidente do Conselho e membro da Comissão
Mista de Especialidades. A resolução
nº 1.973/11 foi aprovada pelo CFM e entra em
vigor na data de sua publicação.
Medicina paliativa – A resolução
do CFM associa a área de medicina paliativa
às especialidades clínica médica,
cancerologia, geriatria e gerontologia, medicina de
família e comunidade, pediatria e anestesiologia.
De acordo com a médica Maria Goretti Sales
Maciel, diretora do Serviço de Cuidados Paliativos
do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE)
de São Paulo, a criação da área
traz mais visibilidade a um tipo de trabalho médico
que já existe e é realizado com rigor
científico.
“A medicina paliativa foi reconhecida no Reino
Unido em 1987. A assistência e os estudos da
área avançaram muito desde então;
processo análogo deve ocorrer aqui”,
ressalta Maciel, que é membro da câmara
técnica sobre terminalidade da vida e cuidados
paliativos do CFM e foi a primeira presidente da Academia
Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP).
Dados da Organização Mundial de Saúde
(OMS) indicam que 65% dos portadores de doenças
crônicas que ameaçam a vida necessitam
de cuidados paliativos. Com a publicação
da norma que cria esta área, a comissão
nacional de medicina paliativa da Associação
Médica Brasileira (AMB) definirá os
critérios para o reconhecimento dos primeiros
paliativistas titulados do país.
Medicina tropical – A área
de atuação medicina tropical, vinculada
à especialidade infectologia, é dedicada
ao estudo e tratamento de doenças como malária,
febre amarela, dengue, esquistossomose e leishmaniose,
típicas de regiões tropicais. Na avaliação
do médico Juvêncio Dualib, chefe do setor
de infectologia do Hospital de Heliópolis,
em São Paulo, a especialidade é derivada
do campo de estudo da medicina tropical, mas atualmente
abrange um vasto número de doenças.
“A medicina tropical ocupa importante espaço
da infectologia, por isso há infectologistas
que se dedicam especificamente a doenças tropicais;
com o reconhecimento da área, os pacientes
passarão a saber que existem especialistas
dedicados a esse grupo específico de doenças”,
afirma. Dualib é professor da Faculdade de
Medicina do ABC e ex-presidente da Sociedade Brasileira
de Infectologia, instituição que deverá
aplicar as provas a que deverão se submeter
os médicos que buscarem titulação
na nova área.
Outras mudanças – Com
a resolução publicada nesta segunda,
a área de atuação dor, que era
associada somente às especialidades anestesiologia
e neurologia, passa a ser associada adicionalmente
a acupuntura, medicina física e reabilitação,
neurocirurgia e ortopedia e traumatologia. Além
disso, a especialidade medicina legal passa a ser
denominada medicina legal e perícia médica.
Deixaram de ser tratadas como áreas de atuação:
cirurgia de coluna, perícia médica,
reprodução humana e medicina aeroespacial.
Também houve ampliação no número
de especialidades vinculadas à área
de atuação hepatologia, que, a partir
de agora, ainda manterá ligações
com a clínica médica e a infectologia.
compartilhar
|