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27.11.2012

Cardoso Fontes: MS contratará médicos emergencialmente

fonte: CREMERJ

Após mais uma denúncia de falta de recursos humanos no Hospital Federal Cardoso Fontes, em reunião com diretores do CREMERJ, membros da comissão de ética médica e do corpo clínico e a deputada federal Jandira Feghali nessa sexta-feira, 23, representantes do Ministério da Saúde (MS) admitiram que a situação da unidade é crítica. Eles afirmaram que será providenciada uma contratação temporária imediata para minimizar o problema da deficiência de médicos.

No domingo à noite, o atendimento da emergência estava sendo realizado por apenas uma médica. Em razão da demora, ao longo do plantão ela foi ameaçada por vários pacientes e acompanhantes.

De acordo com o secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães, o ministério reconhece que o país inteiro enfrenta problemas relacionados aos recursos humanos, entretanto, ele afirmou que não haverá concursos públicos para a contratação de estatutários. "Estamos conversando com o Ministério do Planejamento para resolvermos isso através de contratações pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalaras (Ebserh)."

O CREMERJ já havia visitado a unidade e informado às autoridades sobre os problemas, que vêm aumentando ao longo do tempo. O principal deles é a falta de médicos, agravada pelas aposentadorias e pedidos de transferências. Por essas razões, leitos estão sendo fechados.

"A equipe do Cardoso Fontes é extremamente qualificada. Um exemplo disso é que durante a epidemia de dengue em 2008, os médicos do CTI pediátrico mudaram o protocolo de atendimento estabelecido pelo Ministério da Saúde e tiveram sucesso. E já naquela época o corpo clínico alertava sobre as aposentadorias", ressaltou a conselheira Erika Reis.

Localizado em Jacarepaguá, um dos bairros mais populosos da capital fluminense, com cerca de 160 mil habitantes, o Cardoso Fontes é referência de atendimento ambulatorial e de emergência para a população da região da Zona Oeste do Rio de Janeiro, que compreende 3 milhões de pessoas.

Durante a reunião, membros da comissão de ética e do corpo clínico expuseram as deficiências dos recursos humanos também nas especialidades e entregaram um relatório aos representantes do MS.

"Outra questão grave é que não há atendimento de neurocirurgia desde a Barra até Jacarepaguá, ou seja, em bairros com tráfego intenso e pistas de alta velocidade. Se atentarmos para a chegada de grandes eventos como a Jornada Mundial da Juventude, no ano que vem, e da Copa, em 2014, que vão reunir milhares de pessoas, inclusive circulando na região, isso é ainda mais preocupante", alertou o conselheiro Pablo Vazquez aos representantes do MS.

A unidade também sofre com a falta de materiais e insumos básicos para o atendimento. O contrato de locação de equipamentos para procedimentos diagnósticos, como endoscopia, e de tratamento cirúrgico, como para a videolaparoscopia, foi rompido.

Além disso, obras necessárias ao funcionamento adequado do hospital foram suspensas, sem previsão de serem retomadas.

Os médicos também informaram que o novo sistema de informática não atende às necessidades para o atendimento, o que gera retrabalho e atrasos, visto que eles precisam utilizar também o antigo.

Os representantes do MS também se comprometeram a contratar leitos de retaguarda e a articular com o Estado e o município melhorias nos sistemas de regulação.

"Este é um hospital estratégico e não pode ser negligenciado desta forma", disse a deputada federal Jandira Feghali, que tem buscado articulações e negociações com as autoridades federais para os problemas da saúde pública no Rio de Janeiro.

O CREMERJ vai acompanhar atentamente os compromissos firmados pelo Ministério da Saúde.

Também participaram da reunião o conselheiro Armindo Fernando da Costa e o coordenador assistencial e o assessor do Departamento de Gestão Hospitalar do MS, Luiz Carlos Studart e Luiz Roberto Tenório, respectivamente.

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