As
conclusões do exame foram divulgadas no dia
5. Mais da metade dos candidatos (54,5%) foram reprovados.
“Infelizmente, os resultados alcançados
confirmam a suposição de que a qualidade
da formação oferecida está abaixo
das necessidades, realidade constatada em São
Paulo e que acreditamos seja a mesma em todos os Estados”,
pontuou o documento.
O Conselho afirmou ainda na nota
que considera o chamado teste de progresso o instrumento
ideal para avaliar o processo formador dos médicos
no país. Com o respaldo de uma Lei, os alunos
seriam submetidos a exames cognitivos e práticos,
aplicados por entidade externa ao final do 2º,
4º e no último ano da faculdade.
Além da avaliação
direta dos alunos, o conteúdo pedagógico,
os corpos docentes e os cursos de medicina passariam
pelo mesmo crivo, sendo que os que apresentassem desempenho
abaixo da média seriam penalizados com a redução
do seu número de vagas.
Para o CFM, o Governo – em todas as suas esferas
– deve apresentar propostas que contribuam para
a qualificação dos cursos de medicina
no país, demonstrando real preocupação
com a população que conta com médicos
bem preparados para se manter sua saúde e seu
bem estar.
Confira a íntegra da nota abaixo.
NOTA DO CONSELHO FEDERAL
DE MEDICINA
Tendo em vista a realização do exame
de fim de curso, patrocinado pelo Conselho Regional
de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp),
cujos resultados foram divulgados nesta quarta-feira
(5), o Conselho Federal de Medicina (CFM) esclarece
que:
A iniciativa do Cremesp configura instrumento metodológico
relevante para mensurar - de forma quantitativa -
o nível do conhecimento obtido pelos egressos
das escolas de medicina;
Infelizmente, os resultados alcançados
confirmam a suposição de que a qualidade
da formação oferecida está abaixo
do desejável, realidade constatada em São
Paulo e que acreditamos é a mesma em todos
os Estados;
Como modelo ideal de avaliação
do egresso, o CFM apoia a implementação
no país de uma metodologia conhecida como teste
de progresso, que prevê, entre outros pontos,
a realização de exames no fim do segundo,
do quarto e do sexto período, sempre com a
preocupação de avaliar, simultaneamente,
alunos, corpo docente, conteúdo pedagógico
e até as instalações das instituições
de ensino;
No entanto, a melhora do nível
do ensino médico não se esgota em avaliações
semelhantes, mas na adoção de políticas
públicas que impeçam a abertura de indiscriminada
de cursos de medicina e o aumento do número
de vagas naqueles já existentes.
Atualmente, o Brasil possui 208 cursos
médicos. No mundo, apenas a Índia, com
272 cursos e uma população seis vezes
maior que a brasileira, possui mais.
Este quadro não condiz com
as preocupações humanitárias
e sociais pertinentes à Saúde e à
Medicina, pois atendem, principalmente, aos interesses
econômicos e políticos de alguns setores
da sociedade.
O Governo – em todas as suas
esferas – deve estar atento a esta realidade
e apresentar propostas que contribuam para a qualificação
dos cursos de medicina no país, demonstrando
real preocupação com a população
que conta com médicos bem preparados para se
manter sua saúde e seu bem estar.
Para o CFM, o Brasil precisa urgentemente
médicos bem formados, bem qualificados, bem
capacitados e com plenas condições de
fazer aquilo para o que se prepararam, assim como
de políticas públicas – como a
criação de uma carreira de Estado para
o médico do SUS - que estimulem sua melhor
distribuição e fixação
nas áreas de difícil provimento, garantindo
a cobertura dos vazios assistenciais.
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