De
acordo com o executivo, o crescimento do número
de pacientes retrata o aumento de expectativa de vida
das pessoas, que trazem consigo um perfil mais complexo
e, consequentemente, exigem modelos de atendimento
para adequar o fluxo do paciente e a relação
capacidade versus demanda.
“Estamos vivendo uma crise
dentro do departamento emergencial. Temos visto uma
série de questões que nos preocupa dentro
dos vários cenários de debate na área
de urgência e emergência. É preciso
estarmos preparados para encontrarmos respostas que
desonerem o sistema de saúde”, considera.
Mas, para Lottenberg, a solução
nem sempre está em outros países. Em
2017, por exemplo, a projeção é
que o sistema chamado de Obamacare passará
a reverter tudo que representa receita em custos.
“Se não percebemos capacidades evolutivas
não vamos ter condições de suportar
um sistema que seja viável. É o que
possivelmente poderá acontecer aqui, não
só nos Estados Unidos”, diz o executivo.
No Brasil, as instalações
hoje como se apresentam demonstram que sua capacidade
resolutiva não é adequada. Atualmente
os pacientes são mais complexos que no passado
e exigem uma visão de time, de compartilhar.
Segundo Lottenberg, as necessidades nas perspectivas
de qualidades têm que ser focadas no paciente,
caso contrário o departamento de urgência
e emergência terá custos extremamente
elevados. “Vale destacar que a gestão
de qualidade dentro do Pronto Atendimento é
possível de ser feita por indicadores.”
Os principais desafios considerados
são:
- Atender ao grande volume de atendimento
sem perder a qualidade
- Adequar a capacidade de atendimento
à demanda
- Ajuste no fluxo de atendimento
- Imprevisibilidade (demanda variável
e surtos)
- Reserva de leitos para o departamento
de emergência
- Equipe qualificada e em número
adequado
- Estrutura física adequada
para a demanda
- Recursos adequados
- Apoio financeiro federal
“Todo sistema de emergência
deve estar acoplado ao sistema de saúde. A
meu ver, os sistemas que não tiverem capacidade
de atender por grau de complexidade e dentro do atendimento
de qualidade são sistemas fadados a não
sobreviver a médio e longo prazo”, conclui
Lottenberg. |