É
questionável um prefeito reeleito afirmar que
prevê a contratação de dois mil
médicos no município até 2016.
Foram necessários quatro anos de mandato para
que o gestor percebesse a falta desses profissionais,
o que denota grande descaso com a saúde pública.
Durante sua campanha, em 2008, Paes destacou como
promessas a contratação de médicos
e o aumento do atendimento no Hospital Salgado Filho
– onde houve o caso recente da menina Adrielly
Vieira, de oito anos.
Para preencher paliativamente a deficiência
no número de médicos, o gestor pretende,
mais uma vez, contratá-los de forma emergencial
por seis meses, prorrogáveis por mais três.
Fica claro que tal medida não será capaz
de prestar à população um atendimento
de qualidade nem resolver o problema. Quando será,
enfim, sanada tal carência? Diante dos fatos,
fica clara a incompetência da prefeitura na
gestão da saúde.
Insistentemente e há muito
tempo o Conselho cobra que o Secretário Municipal
de Saúde, Hans Dohmann, faça a reposição
do número de médicos por plantão
nos hospitais do Rio de Janeiro e aumente o efetivo
de profissionais, para melhoria do atendimento à
população.
Para o CREMERJ, as principais razões
para o déficit de médicos são
os baixos salários oferecidos, a discrepância
salarial entre estatutários e temporários,
além da falta de condições de
assistência e de investimentos na estrutura
da saúde pública, fazendo com que o
trabalho na rede privada torne-se mais atrativo.
Quanto à adoção
obrigatória do ponto biométrico em hospitais,
postos e clínicas da família, o CREMERJ
questiona se suprirá a carência de médicos.
Assim, o prefeito marca sua impressão digital
na incapacidade de gestão da saúde pública
do município.
Notável cirurgião do
Souza Aguiar e Conselheiro do CREMERJ durante o ano
de 1993, quando viu a saúde pública
do município entrar em colapso, Dr. Antonio
Ribeiro Netto questionou na época se deveria
ter se posicionado junto às autoridades na
cobrança por soluções efetivas.
É justamente esta a essência defendida
pelo CREMERJ ainda nos dias de hoje, cobrando que
os governos municipal, estadual e federal zelem e
trabalhem com competência pela saúde
do Rio de Janeiro.
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