Os
prefeitos Roberto Claudio (Fortaleza), Geraldo Julio
(Recife), Luciano Cartaxo (João Pessoa) e Carlos
Eduardo (Natal) defenderam este caminho para a presidente
Dilma. A ideia é importar médicos de
Portugal e Espanha, onde há muito desemprego
no setor. Hoje na Espanha, a cada cinco médicos
aposentados na rede pública apenas um novo
é contratado. Antes da crise, cinco eram chamados.
Enquanto isso, no Brasil, cada médico
que se forma tem como primeiro emprego 1,5 vagas só
na rede pública. Por isso, mesmo oferecendo
incentivos salariais, prefeitos e governadores não
conseguem profissionais para atender nas periferias
e nas cidades do interior.
Para suprir a falta de médicos
em algumas regiões do pais, o Ministério
da Saúde abriu, no último dia 10, as
inscrições da segunda edição
do Programa de Valorização do Profissional
na Atenção Básica (Provab). Os
médicos selecionados terão uma bolsa
mensal de R$ 8 mil, pelo período de um ano,
para cursar pós-graduação em
Saúde da Família, com atividades práticas
em locais com carência de profissionais, como
municípios do interior e periferia das grandes
cidades.
O prazo para os médicos escolherem
onde querem atuar — entre os municípios
que se inscreveram no programa — vai de 6 a
17 de fevereiro. Os municípios que ainda não
tiverem aderido ao Provab podem fazê-lo até
1º de fevereiro. O ministério informou
que o número de vagas em cada cidade vai depender
da demanda informada pelas secretarias municipais
de Saúde. A lista final com os médicos
e os municípios em que vão atuar sai
em 28 de fevereiro. As atividades começam já
em 1º de março.
Em 2012, na primeira edição
do Provab, foram contratados 381 médicos. Do
total, 340 foram avaliados positivamente e, por isso,
vão receber a pontuação adicional
nas provas de residência.
Federação dos
Médicos é contra
Em nota, a Federação
Nacional dos Médicos (Fenam) repudia a proposta
de promover uma "chamada internacional"
de médicos para trabalhar no país. Na
opinião da entidade, a medida não assegura
o atendimento de qualidade para a população.
Para a Fenam, a defasagem no número de profissionais
para atender nas periferias das grandes cidades se
deve à falta de subsídios e convênios
que valorize o trabalho.
"A maioria das prefeituras não
tem condições de pagar os médicos.
O governo precisa estimular a criação
do piso salarial e plano de carreira, com repasses
para os municípios carentes. Só dessa
forma teremos contratação nacional adequada",
diz o presidente da entidade, Geraldo Ferreira.
A entidade defende o exame nacional
de revalidação de diplomas para médicos
que estudaram no exterior, o Revalida.
"Comprovadamente, os médicos
formados no exterior não correspondem às
necessidades do mercado brasileiro, a formação
é duvidosa, precária e deficiente. Prova
disso foi o resultado do último Revalida que
admitiu apenas 14% dos inscritos", concluiu.
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