O presidente
da Federação das Santas Casas e Hospitais
Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp),
Edson Rogatti, disse que a crise financeira que ameaça
dia a dia o funcionamento do sistema público
de saúde. “Estamos cansados de ouvir
e de saber que de tempos em tempos, somos obrigados
a ameaçar uma grave paralisação
para sermos socorridos com verbas de custeios, programas
disso ou daquilo, e o pior, ver os administradores
sendo acusados de má gestão. O colapso
dos nossos hospitais já começou. Há
várias entidades com dívidas impagáveis
e alguns já fecharam as portas. A situação
só será realmente resolvida se pagarem
aos serviços exatamente o que eles custam”.
As lideranças do Setor Filantrópico
afirmaram que o reajuste imediato da tabela SUS é
uma das principais reivindicações do
movimento, que promoveu a paralisação
parcial da assistência em muitas instituições
como forma de conscientização e protesto.
Os maiores problemas estão localizados na assistência
de média complexidade, onde as diferenças
entre o pago e o efetivamente gasto, em alguns casos,
superam os 200%. Com tantas dificuldades financeiras,
a dívida acumulada do setor já superou
a casa dos R$11 bilhões em 2012, e continua
crescendo. A estimativa é que, em maio de 2013,
a dívida alcance R$15 bilhões.
Caso não haja um retorno para
previsão do reajuste da Tabela SUS nos próximos
60 dias, muitas entidades fecharão as portas
ou reduzirão gradativamente o atendimento SUS
até o fim deste ano. Os participantes alegaram
que este fato coloca em risco todo o funcionamento
do Sistema Único de Saúde, já
que as Santas Casas e hospitais filantrópicos,
somente no Estado de São Paulo, respondem por
mais de 50% dos leitos públicos. “A partir
de agora, registramos a responsabilidade do governo”,
finalizou Edson Rogatti. Em nota, o Ministério
da Saúde informou que as Santas Casas respondem
por metade das internações do SUS feitas
no país, mas o “reajuste da tabela de
procedimentos do SUS é feito de acordo com
necessidade dos serviços e da pactuação
com os gestores".
O movimento também foi seguido
pelo setor filantrópico de saúde na
Bahia. Segundo informações do presidente
da Frente parlamentar de Apoio às Santas Casas
no Congresso nacional, deputado Antonio Brito (PTB-BA),
em Salvador, a Federação das Santas
Casas da Bahia (FESFBA) capitaneou o ato que reivindicou
o reajuste da Tabela SUS. Brito participou das discussões
mostrando os números do endividamento do setor
por conta do subfinanciamento do SUS e as articulações
da Frente Parlamentar. Além do aumento do valor
pago por atendimentos feitos via SUS, o movimento
reivindica que 10% do orçamento da União
seja para a saúde.
Pela tabela de procedimentos do SUS,
as entidades recebem, por exemplo, R$ 11 por uma consulta
médica de pronto-atendimento, R$ 12 por um
exame de raio X, R$ 22,50 por uma mamografia, R$ 3,70
por um exame de urina e R$ 150,05 por um parto cesáreo.
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