Os
resultados obtidos indicam que a integração
da tecnologia de e-health ao sistema de saúde
de áreas urbanas mais desatendidas, como Santa
Marta, pode gerar grandes economias, aumentar a eficiência
dos profissionais da área, melhorar o acesso
aos cuidados vitais de saúde para quem mais
precisa e alcançar maior satisfação
de pacientes e profissionais da saúde.
Estrutura do Projeto de E-health
Urbano
No projeto piloto, a força
tarefa forneceu uma mochila de e-health para a Clínica
da Família de Santa Marta. A mochila contém
ferramentas de ponta para a medição
de indicadores de saúde, fornecidas pela GE.
Utilizando a mochila de e-health, os funcionários
da clínica forneceram atendimento domiciliar
para uma amostra de 100 pacientes com 60 anos ou mais.
Os pacientes selecionados para o estudo sofrem de
doenças crônicas e enfrentam dificuldades
de mobilidade.
Considerando o terreno de Santa Marta,
esses pacientes normalmente teriam dificuldade para
acessar os serviços de saúde e a Clínica
da Família localizada na base de um morro íngreme.
Pesquisadores da Universidade Estadual
do Rio de Janeiro compararam os resultados clínicos
do piloto de e-health com os dados de um grupo de
controle histórico. Esse grupo de controle
era formado por pacientes que não haviam se
beneficiado da tecnologia de e-health.
Principais Conclusões
1. Impacto Econômico
O estudo mostrou que a tecnologia de e-health melhora
o monitoramento do paciente e leva à detecção
precoce de enfermidades. O que resulta em economias
diretas, incluindo:
- Uma economia de R$ 403.628 (US$200.541) por 100
pacientes por ano, atribuída à prevenção
de vários tipos de disfunções
renais.
- Uma economia de R$ 65.454 (US$ 32.521) por 100 pacientes
por ano devido à detecção precoce
e prevenção de derrames
- Uma economia de R$ 273.750 (US$ 135.876) por 1.000
pacientes por ano em hospitalizações
pacientes com problemas cardiovasculares que foram
evitadas.
2. Impacto Clínico
Os programas usuais de monitoramento de saúde
que incorporam e-health podem levar a uma prevalência
significativamente inferior de certas condições
clínicas – em particular, derrames, insuficiência
cardíaca e disfunção renal. Por
exemplo, para pacientes no grupo de controle, havia
uma prevalência de 14,8% de hipertensão,
comparados a 0,82% de pacientes no piloto de e-health.
No caso de pacientes com diabetes tipo II tratados
com hemodiálise, o grupo de controle apresentou
uma ocorrência de 28% comparada a 6,36% no piloto
de e-health.
3. Impacto Social
A mochila de e-health aumentou significativamente
a eficiência dos profissionais da saúde.
De forma mais marcante, o tempo levado para obter
resultados de exames de sangue passou de 15 dias para
apenas 3 minutos. Equipados com a mochila, os funcionários
da clínica podiam subir as estreitas ruas da
comunidade e realizar visitas a domicílio e
detectar até vinte doenças diferentes
em poucos minutos. Isso aumentou a eficiência
e levou a uma alta satisfação tanto
entre trabalhadores da área da saúde
como pacientes.
Por exemplo, Francisco, o filho de
um paciente de 87 anos que não pode mais caminhar,
diz: “Agora [a enfermeira da Clínica
da Família] faz exames de sangue e mede a pressão
sanguínea em casa. Isso facilita muito nossa
vida. Não temos mais que descer o morro até
a clínica com ela”.
O projeto é parte da missão
global da New Cities Foundation de criar soluções
inovadoras para os desafios urbanos mais urgentes,
que possam ser escalonadas e replicadas em outras
cidades do mundo todo.
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