"Não temos nada contra os médicos
estrangeiros, nem contra os colegas brasileiros
que estudam no exterior. Apenas somos a favor da
revalidação do diploma, que é
um ato obrigatório e, principalmente, uma
garantia para a população", explicou.
Em seu pronunciamento, a presidente do CREMERJ,
Márcia Rosa de Araujo, ratificou que o CREMERJ
é veementemente contra a medida que o governo
federal planeja adotar e afirmou que o Conselho
do Rio de Janeiro não aceitará registrar
médicos formados no exterior nessas condições.
"A população merece um atendimento
de qualidade e a revalidação do diploma
é fundamental para que isso aconteça.
Se for preciso, tomaremos todas as providências
para impedir a concretização dessa
medida, que é antiética, ilegal e
desnecessária. Ao invés de importar
médicos, o MS deveria criar um plano de carreira
de estado. Não há incentivo para os
colegas irem trabalhar no interior, pois não
tem estabilidade e, em alguns casos, as condições
de trabalho são precárias. Não
somos xenófobos, somos contra atitudes covardes",
declarou.
Representantes de outras entidades médicas
também demonstraram repúdio em relação
ao ato de não revalidar o diploma. O presidente
do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro
(Sinmed-RJ), Jorge Darze, falou que esse é
um importante momento para que médicos e
acadêmicos se unam contra essa intenção
absurda. Já a presidente da Associação
Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), Beatriz
Costa, reforçou que, para melhorar a gestão
da saúde, precisa-se de um plano de carreira.
"O governo está oferecendo medidas
paliativas, e não de estado. Ao contrário
do que justifica o MS, têm, sim, médicos
suficientes no país e a revalidação
do diploma é justa, não pode acabar",
disse.
Estudantes de várias universidades como
Unig, Unigranrio de Duque de Caxias e da Barra da
Tijuca, Gama Filho, Estácio e alunos do município
de Vassouras compareceram ao ato e mobilizaram a
população com discursos e entrega
de panfletos. Durante a manifestação,
a vice-presidente do CREMERJ, Vera Fonseca, destacou
a iniciativa dos acadêmicos de promover o
"Revalida, sim!".
"Não é certo que os nossos estudantes
passem por tantas avaliações honestas,
entre elas, vestibular e residência médica,
e pessoas que não se formaram no Brasil receberem
o registro sem a revalidação do diploma.
A importação de médicos não
é a solução para a saúde
pública e suplementar. O Rio não vai
permitir isso. Os acadêmicos entenderam o
quão injusta é essa proposta e organizaram
um ato nacional. A nossa categoria não deixará
de lutar", afirmou.
Compareceram ao "Revalida, sim!", os
conselheiros Luís Fernando Moraes, Alkamir
Issa, Marcos Botelho e Armindo Fernando da Costa.
Em Itaperuna, o movimento, que também foi
apoiado pelo Conselho, foi representado pelo coordenador
da seccional Carlos Eugênio de Barros.
O CREMERJ convidou ainda os participantes do Rio
para estarem no dia 5 de junho, na Cinelândia,
às 10h, para um protesto em defesa da valorização
da medicina.