Após
pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff, na última
sexta-feira (21), de que irá "trazer de
imediato milhares de médicos" estrangeiros
para atuarem no Brasil, um clamor social foi iniciado
nas redes sociais para que as entidades médicas
organizem a mobilização.
O presidente da FENAM, Geraldo Ferreira,
que em nome da entidade representa 53 sindicatos médicos
em todo o país, não vê, diante
do exposto, outra alternativa senão uma paralisação
geral da categoria como forma de alerta e protesto
contra a medida.
"Afinal a quem o Governo quer
entregar a saúde da população?
A iniciativa põe em risco a saúde das
pessoas. Não podemos colocar médicos
para atender a saúde do povo sem sabermos se
eles têm conhecimentos e competências
para diagnosticar doenças típicas brasileiras.
Esses médicos não entenderão
as demandas dos pacientes, não falarão
nossa língua e o pior, não saberemos
a procedência nem o nível de qualificação
destes profissionais," enfatiza Ferreira.
A FENAM defende de forma emergencial
que o Governo realize concurso público nacional
para dar oportunidade aos médicos brasileiros
de trabalharem de forma adequada, com salários
justos e condições de trabalho.
"Cerca de 17 mil médicos
são lançados anualmente no mercado brasileiro.
Muitos estão subempregados, vivendo de bicos
ou com contratos precários . Um concurso público,
com atrativos e salários decentes resolveria
o problema a curto prazo," destaca Ferreira.
Na ocasião, o vice-presidente
da Confederação Médica Latino
Americana e do Caribe (CONFEMEL), Douglas Natera,
abordará as experiências negativas já
enfrentadas na America do Sul com a importação
de médicos.
Os presidentes do CFM, Roberto D´Ávila,
e da Associação Médica Brasileira,
Florentino Cardoso também estarão presentes
para esclarecimentos.
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