Folha
- O que o sr. achou das mudanças propostas
para a mudança do ensino médico?
Adib Jatene - O
ensino médico está formando candidatos
à residência médica. Isso estimula
a especialização precoce. Precisamos
formar um médico capaz de atender a população
sem usar a alta tecnologia. O médico precisa
se transformar num especialista de gente.
E como ficará a supervisão?
É a própria faculdade
de medicina que cuidará disso. A proposta [original]
é que ele fique dois anos no Estado que se
formou, supervisionado pela faculdade. A escola vai
fazer parte do sistema de saúde, não
simplesmente dar o diploma. Com telemedicina e teleconferência
fica fácil.
O sr. foi consultado sobre
isso?
Vínhamos trabalhando nessa
proposta, mas não sabíamos que já
seria anunciada. O ministro Mercadante me telefonou
dizendo que a presidenta Dilma iria anunciar, mas
não deu maiores detalhes. Mas parece que está
está dentro dos princípios.
A proposta era mesmo de aumentar
para oito anos?
Sim. Quando me formei em medicina,
em 1953, o curso já era de seis anos, e o conhecimento
era muito pequeno. Hoje é colossal e o curso
continua de seis anos.
E em relação
à política para fixar médicos
no interior?
Municípios pequenos deveriam
integrar um consórcio para uso de alta tecnologia.
Precisam, porém de um médico polivalente,
que atenda de parto a uma emergência.
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