Segundo
a nota, ”o governo brasileiro está contratando
milhares de cubanos da área de saúde,
rotulados de “médicos”, para fornecer
serviços de saúde em áreas carentes
do país. O governo afirma que está preenchendo
os lugares em que nenhum médico brasileiro
iria. Os primeiros relatos,contudo, indicam que os
médicos brasileiros estão sendo substituídos
por trabalhadores de saúde mais baratos, os
cubanos”.
Na nota, a WMA destaca que a situação,
no entanto, é pior do que isso. “Apesar
da exigência na legislação brasileira,
os integrantes do Mais Médicos não precisam
comprovar seus conhecimentos como médicos ou
a proficiência no português. Além
disso, não estão recebendo um salário,
mas apenas uma bolsa, o que contradiz os direitos
e leis trabalhistas do Brasil. No caso dos profissionais
de saúde cubanos, o governo brasileiro está
pagando para o governo cubano por seus serviços,
que então definirá uma pequena parcela
que será paga a eles. Na imprensa internacional,
isto já está sendo chamado de “escravidão
moderna”.
O presidente da entidade, Mukesh Haikerwal disse que
“os procedimentos que estão sendo usados
são prejudiciais à saúde dos
brasileiros. Para ajudar os mais necessitados, o governo
deveria ter ampliado o investimento no sistema de
saúde, que é baixo, se comparado com
outros países com sistema de saúde público
universal, melhorando a estrutura de saúde
e apoiando médicos brasileiros para estas áreas
e pessoas, ao invés de importar profissionais
de saúde, cuja competência permanece
questionável”.
Haikerwal afirmou também que para recuperar
a confiança, o governo brasileiro deve, ao
menos, submeter todos os médicos imigrantes
ao processo legalmente exigido para avaliar suas competências
de medicina, conhecimentos linguísticos e envolver
os processos e ocupações estabelecidos,
para garantir um sistema em que os brasileiros possam
confiar.
“O governo brasileiro precisa de uma significativa
discussão com a Associação Médica
Brasileira se realmente quiser melhorar as condições
de saúde no país e não adotar
um programa que cria dois sistemas de medicina no
Brasil, uma para os que podem pagar e uma menos qualificada
para a população mais pobre”,
completou Haikerwal, ressaltando que a WMA discutirá
este problema em sua reunião do Conselho e
Assembleia Geral no próximo mês. |