Médicos
e profissionais encarregados de acompanhar o curso
em Brasília confirmaram a previsão do
reforço para alunos com rendimento abaixo do
considerado ideal. A "?recuperação"?
será coordenada por instrutores. A meta é
garantir a habilidade do profissional de se comunicar
em português e não de medicina. "Os
recrutados têm formação reconhecida,
não precisam ter os conhecimentos técnicos
novamente avaliados"?, justificou o observador
da Organização Pan-Americana de Saúde
(Opas), Rubem Sierra.
A prova valerá seis pontos,
de acordo com relato feito pelos alunos que estão
há três semanas fazendo o curso de capacitação.
A previsão é a de que ela seja dividida
em duas partes. Na avaliação oral, haverá
simulação de atendimento. Na escrita,
o médico deverá fazer uma redação,
encaminhando um paciente para um colega.
Na semana passada, a prova, valendo
quatro pontos, foi escrita. Na primeira parte, o médico
descrevia a visita feita à Unidade Básica
de Saúde. Na segunda, redigia um e-mail para
um colega e, na terceira, completava um diálogo
entre um paciente e um médico. O venezuelano
Edgar José Flores tirou na primeira etapa 3,75
dos quatro pontos possíveis. Cesarina Lopes,
2,5. "?Depois do jantar, estudarei mais um pouco"?,
contou ela.
O acordo firmado entre o governo
brasileiro e a Opas prevê o recrutamento de
4 000 médicos cubanos para trabalhar em áreas
do Programa Mais Médicos para as quais nenhum
profissional brasileiro inscrito no programa se interessou.
Os primeiros médicos, 400 ao todo, terminam
agora o ciclo de avaliação. Os aprovados
e aqueles em ?recuperação? deverão
neste fim de semana viajar para as capitais dos estados
onde vão atuar.
Destino certo - Os médicos
de Brasília há pelo menos uma semana
sabem para qual cidade serão destinados. As
classes, relatam, são divididas justamente
por regiões para onde os alunos serão
remetidos. José Flores, por exemplo, ia para
Barcelos, no Amazonas. Cesarina, para Rio Branco.
Alexandre del Toro se prepara para ir para a cidade
maranhense de Chapadinha.
Nesta quinta, praticamente o último
dia do curso, o clima era de confraternização.
Houve presente para professores, fotos com colegas
e roupas caprichadas. "?Vamos estudar, mas também
temos de comemorar o fim do ciclo, não é?",
disse del Toro enquanto esperava os colegas retardatários
que acertavam os últimos detalhes para receber
os registros provisórios para atuação
profissional. |