Médicos
da unidade relataram que o atendimento à população
é precário pela falta de investimentos.
Entre os principais problemas estão: serviços
de exames fechados, a emergência paralisada,
a suspensão dos transplantes, a redução
de leitos, a ausência de vagas no CTI e a formação
deficitária dos residentes e acadêmicos.
Para os colegas, é fundamental que o hospital
tenha um orçamento próprio e que haja
a contratação de novos médicos
e funcionários.
O presidente do CREMERJ, Sidnei Ferreira,
declarou a sua indignação em relação
ao sucateamento da unidade, assim como de todos os
hospitais federais.
“É um crime o que acontece
aqui diariamente, pois o estado de abandono é
crítico. Esse é um hospital de formação
para novos médicos e fundamental para a assistência
à população, o que está
cada vez mais difícil devido ao fechamento
progressivo de serviços, da falta de valorização
dos preceptores, de investimentos e de estrutura,
entre muitos outros problemas. Enquanto esse hospital,
que é referência, está nessas
condições, o governo lança o
programa Mais Médicos. Traz médicos
do exterior e parece não se importar com aqueles
que estão se formando no Brasil. Essa é
uma medida eleitoreira e irresponsável. O que
precisamos é de concurso público com
salários dignos e de carreira de Estado”,
declarou.
O residente André Pará
falou sobre a importância dos residentes e acadêmicos
se unirem ao movimento.
“Temos que fazer a nossa parte.
Vamos lutar por melhorias, pois nossa estadia por
aqui pode deixar resultados ainda mais positivos”,
disse.
Já o médico Maurício
Tostes, um dos organizadores da mobilização,
ressaltou que o objetivo da manifestação
é chamar a atenção da sociedade
para a situação caótica da unidade.
“Um grupo de médicos
se uniu porque tem acompanhado o sucateamento do hospital
e não aceita isso. Agradecemos o apoio das
entidades de classe, dos funcionários, da população
e da imprensa. Acredito que nosso objetivo está
sendo cumprido”, afirmou.
O ato público também
contou com a participação dos conselheiros
Felipe Victer e Vera Fonseca; do presidente do Sindicato
dos Médicos do Rio de Janeiro, Jorge Darze;
do presidente da Associação dos Renais
Vivos e Transplantados do Rio de Janeiro, Roque da
Silva; e do presidente do Sindicato dos Trabalhadores
da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Francisco
Carlos dos Santos. |