Entre
as ações deliberadas no encontro, estão:
a formação de uma comissão técnica
com a participação de médicos
e funcionários; a marcação de
audiências com deputados federais e estaduais;
e o apoio da sociedade civil. Uma nova reunião
foi agendada na próxima segunda-feira, 11,
às 11h, para avaliar o resultado desses atos
e, provavelmente, agendar uma mobilização
pública.
O presidente do CREMERJ, Sidnei Ferreira,
criticou a interdição do hospital e
apontou como solução a integração
da unidade ao Sistema Único de Saúde
(SUS).
“Encontramos problemas de recursos
humanos e de infraestrutura em todos os hospitais
que visitamos. É preciso suprir essas deficiências,
sem fechar, pois cada instituição tem
o seu valor e é insubstituível. A Anvisa
fechou tudo, inclusive os ambulatórios da Santa
Casa que nem foram vistoriados. Vamos lutar pelo funcionamento
digno desta instituição e por um financiamento
do SUS, com controle social. Nossa causa é
nobre, porque lutamos por uma saúde de qualidade
para população”, declarou.
Para o presidente da Federação
Nacional dos Médicos (Fenam), Geraldo Ferreira,
é importante promover um programa para reintegrar
a Santa Casa ao SUS, além de resolver os problemas
detectados pela Anvisa. Já o presidente do
Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed-RJ),
Jorge Darze, reforçou a importância de
reabrir a instituição, fundada em 1582,
que é referência no tratamento de diversas
doenças.
Após a reunião, Sidnei
Ferreira, Geraldo Ferreira e Jorge Darze seguiram
diretamente a Brasília, onde participariam
de uma audiência com o deputado federal Antônio
Brito, que é ex-presidente da Confederação
das Santas Casas de Misericórdia (CMB), para
debater uma proposta para a instituição
filantrópica do Rio de Janeiro.
Representantes da Santa Casa também
lamentaram o fechamento da unidade, pois, segundo
eles, ao invés do governo apresentar uma solução,
fechou as portas, deixando os pacientes desassistidos.
Eles ressaltaram ainda que esta semana haverá
uma reunião com a Anvisa para rever a interdição.
Outro problema que a Santa Casa enfrenta
é o atraso no pagamento dos funcionários
por falta de verba. De acordo com membros da instituição,
precisa-se de cerca de R$ 6 milhões para quitar
as principais dívidas, com prioridade para
o salário dos colaboradores.
Participaram também do encontro:
as conselheiras Erika Reis e Kássie Cargnin;
integrantes do Conselho Estadual da Saúde,
das associações e das sociedades de
especialidade, além de alguns pacientes.
O Hospital Geral da Santa Casa da
Misericórdia foi interditado após uma
fiscalização da Anvisa que constatou
irregularidades, como o fechamento das enfermarias,
dos consultórios, da sala de cirurgia e da
sala de esterilização. O provedor da
instituição, Dahas Zarur, também
está afastado do cargo desde 29 de agosto,
em função de uma operação
da Delegacia Fazendária (Delfaz) em conjunto
com o Ministério Público (MP). |