—
Seria muito otimista se imaginasse julgar esse processo
(este ano) já que tenho outros 170 liberados,
aguardando a fila do pleno ainda neste ano —
disse Marco Aurélio.
O ministro lembrou ainda da necessidade
da manifestação do procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, em relação
às ações.
Na audiência pública,
os ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e
da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio
Adams, defenderam o programa. Já os representantes
das entidades médicas voltaram a criticar a
proposta.
Para o presidente do Conselho Federal
de Medicina (CFM), Roberto Luiz d’Ávila,
o programa tem caráter eleitoreiro e não
resolve o problema da falta de médicos no país,
em especial nas regiões Norte e Nordeste, e
criticou a contratação dos profissionais
estrangeiros sem a revalidação do diploma.
— Os profissionais do Mais
Médicos, que não consideramos médicos
porque não reconhecemos as suas competências,
não são aprovados no Revalida (Exame
Nacional de Revalidação de Diplomas
Médicos Expedidos por Instituições
de Educação Superior Estrangeiras).
Já surgiram denúncias de prescrição
errada e encaminhamentos equivocados. Portanto, o
que estamos defendendo não é nada de
corporativismo, mas a proteção da sociedade
brasileira contra médicos que não sabemos
se estão capacitados à atender a nossa
gente — argumentou d’Ávila.
Já Padilha negou que o programa
tenha viés eleitoreiro e argumentou que o plano
surgiu do pedido de prefeitos de todos os partidos
diante da falta de profissionais.
— Quem fala isso (que o programa
é eleitoreiro) é que não tem
a sensibilidade de perceber que faltam médicos
no nosso país. É muito fácil
alguém que tem acesso a médicos criticar
um programa para quem não tem — alegou
Padilha.
O debate sobre o programa se estende
até esta terça-feira no STF. Devem ser
ouvidos representantes de entidades médicas,
do Ministério Público, da Presidência
da República e das prefeituras. |