NOTÍCIAS

   
27.01.2014

Servidores continuam mobilizados contra irregularidades no ponto eletrônico

fonte: Sinmed-RJ

Em entrevista ao site do SinMed/RJ, o diretor da entidade, Júlio Noronha, Coordenador do Departamento Jurídico da entidade e médico do Hospital Federal de Bonsucesso, falou sobre a insatisfação dos servidores da saúde e funcionários administrativos que trabalham nas unidades da rede pública federal do Rio de Janeiro com as irregularidades identificadas no programa de implantação do ponto eletrônico proposto pelo Ministério da Saúde.

Uma manifestação pública foi realizada pelos servidores no dia 17, no Centro da Cidade, entre outros motivos, para protestar contra o adiamento da reunião agendada para aquela data pelo Ministério da Saúde no Rio de Janeiro para discutir os problemas identificados pelos servidores no programa de funcionamento do ponto biométrico, ainda em fase de testes. A mobilização teve por objetivo ainda denunciar as péssimas condições de trabalho dos servidores, a falta de médicos nas equipes hospitalares e de insumos importantes para o tratamento dos pacientes, as filas de espera para o tratamento dos pacientes, entre outros problemas enfrentados pelo setor.

A reunião com o Ministério da Saúde foi reagendada para o próximo dia 03/2, em Brasília, com a participação de dirigentes do SinMed/RJ, Sindsprev e Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro. Até lá, o cadastramento dos funcionários ficará suspenso, mas os servidores continuam mobilizados contra as inadequações do ponto eletrônico.

"O SinMed/RJ não é contra a implantação do ponto ou a aferição da frequência dos funcionários, mas repudia as muitas inconformidades existentes”, destaca Noronha, denunciando que para o médico que tem duas matrículas de 20 horas, o programa utilizado pelo ponto eletrônico só registra a presença de uma das matrículas. Além da não computação de horas extras, o diretor explica que o médico plantonista da Emergência, por exemplo, que lida com casos graves, não poderá interromper um procedimento cirúrgico para registrar a sua frequência na máquina.

Ele lamenta que o governo compare a rotina hospitalar com a de outros setores. “O hospital não é uma fábrica de parafusos. Ele tem suas particularidades”. Júlio Noronha lembra que os advogados do Ministério da Saúde, que também possuem rotinas diferenciadas de trabalho, já conseguiram obter junto à Advocacia Geral da União (AGU), um relatório informando que podem aferir de outra forma a sua frequência devido a sua participação em audiências.

O diretor do SinMed/RJ denuncia ainda que os aparelhos de ponto eletrônico não emitem recibo de presença, contrariando a lei. Também o custo para implantação do programa e para a sua manutenção nas unidades federais está sendo questionado pelas entidades representativas dos servidores da saúde.

Já de acordo com o Presidente do SinMed/RJ, Jorge Darze, o governo se utiliza do ponto eletrônico para desviar a atenção da população dos verdadeiros responsáveis pela crise. “É uma forma de dizer que os médicos faltam de maneira irresponsável e que, assim, os pacientes não conseguem atendimento. Com o ponto eletrônico, o governo induz a população a crer que os problemas existentes e que foram gerados pela irresponsabilidade e pelo descaso dos próprios governantes com a saúde pública, agora, serão resolvidos com um passe de mágica”.

Em resposta a uma ação judicial proposta pelo SinMed/RJ, a Justiça determinou a realização de perícia nos aparelhos e no sistema operacional do ponto eletrônico para conferir se estão de acordo com o que determina o Ministério do Trabalho. A perícia será realizada no prazo de 120 dias.

ASSOCIAÇÃO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (CIPERJ)

Rua Sorocaba 477, sala 403, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ. CEP: 22271-110
TEL: (21) 4141 3233
- contato@ciperj.org


©CIPERJ. Todos os direitos reservados.                 Desenvolvido por: Julio Gois