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10.02.2014

“Médicos de Petrópolis (RJ) recebem salários vergonhosos”, afirma presidente da FENAM

fonte: FENAM

Durante reunião com o secretário de Saúde de Petrópolis (RJ), André Pombo, na noite desta quinta-feira (5), o presidente da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), Geraldo Ferreira, denunciou os baixos salários recebidos pela categoria médica no município. Para se ter uma ideia, o piso no município passou a ser de R$ 1,5 mil, acrescido recente incorporação de duas gratificações.

“O salário dos médicos aqui é vergonhoso. A questão é grave. O primeiro passo é a incorporação total das gratificações ao salários. Isso é importante porquê quando o médico fica doente ou se aposenta não recebe as gratificações. É preciso construir uma proposta para se garantir uma remuneração justa”, afirmou o presidente da FENAM.

O presidente do Sindicato dos Médicos de Petrópolis, Mauro Peralta, entregou ao secretário municipal uma pauta de reivindicações, elaborada após assembleia com os médicos. O documento solicita, entre outros pontos, o reajuste salarial com aumento real no piso. “O salário de R$1,5 mil é irrisório e não dá para cobrir as despesas. Os médicos cubanos recebem R$ 10 mil de bolsa e mais outros R$ 2 mil de auxílio moradia. Nós queremos, no mínimo, isonomia”, afirmou Peralta.

Durante a audiência, o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Jorge Darze, denunciou a falta de projetos políticos que apontem para a realização de concursos públicos com salários justos e a criação de carreira médica. Darze solicitou que remuneração do médico deve ser de acordo com a responsabilidade da profissão.

“Nós não vamos aceitar o que está sendo oferecido pelo governo. Enquanto os médicos cubanos recebem R$ 10 mil por mês, o brasileiro ganha R$ 1,5 mil, mesmo com a responsabilidade que temos. Isso é uma falta de respeito do Governo Federal com os médicos brasileiros. Isso é inadmissível em um município importante como Petrópolis. É possível chegar ao piso FENAM com planejamento financeiro”, destacou Darze.

O secretário de Saúde Suplementar da FENAM, Márcio Bichara, contou a experiência do município de Belo Horizonte (MG), onde ele atua como ginecologista. Na capital mineira, foi criada a carreira de médicos para os profissionais que atuam no Programa de Saúde da Família. Neste programa, o salário inicial é de R$ 10 mil, e quando o médico chega ao final de carreira recebe R$ 18 mil para 40 horas.

“Não é o ideal ainda, mas nós fizemos o concurso porquê vislumbramos essa carreira com vencimento real. Esse tipo de carreira atrai até o especialista na atenção básica porquê diferencia a carreira. Nós negociamos com o prefeito ao longo de quatro anos e, com a decisão política, houve o reajuste”, explicou Bichara.

O secretário de Saúde de Petrópolis, André Pombo, se mostrou disposto a negociar ganho real para os médicos do município e agendou reunião de trabalho para o próximo dia 11 de março com o sindicato. Na ocasião, o secretário afirmou que uma das soluções para o problema seria a criação da carreira do SUS, onde o governo repassaria o recurso para o município.

“Nós já conseguimos avançar com a incorporação de dois abonos no valor de R$ 200. Até março, nós vamos fazer o reenquadramento desses profissionais dentro da negociação do PCCS. Nós criamos um grupo de trabalho para melhorar o piso. Nós sabemos que tem uma defasagem grande, mas nós vamos precisar de um tempo para incorporar um ganho real”, concluiu.

Também participaram da reunião o vice-presidente da FENAM, Otto Baptista; o secretário de Assuntos Jurídicos, Vânio Lisboa; o secretário de Direitos Humanos, José Murisset; o secretário de Formação Profissional e Educação Médica Continuada do Sinmed/RJ, José Romano, o coordenador de Assuntos Jurídicos e Trabalhistas do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo, Eglif de Negreiros Filho, e membros do Sindicato dos Médicos de Petrópolis.

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