O anúncio
foi feito pelo procurador regional dos Direitos do
Cidadão, o procurador da República Jaime
Mitropoulos, durante encontro nessa terça-feira,
12, com o CREMERJ. Na reunião, solicitada pelo
Conselho, o CREMERJ apresentou um relatório
de visitas atualizado sobre a situação
dos hospitais federais do Rio de Janeiro.
“A contratação
de médicos para as unidades que sofrem com
a carência de recursos humanos é uma
das principais reivindicações da pauta
da luta médica. Portanto, trata-se de uma conquista
muito importante para toda a categoria. Mas vamos
continuar lutando também por plano de cargos,
carreira e vencimentos, salários dignos, mais
verbas para a saúde e condições
dignas de trabalho”, destacou Sidnei Ferreira.
Na ocasião, o procurador da
República informou também que no dia
seguinte à reunião seria realizada uma
audiência para julgamento da direção
do Hospital Federal de Bonsucesso pela situação
em que se encontra a emergência da unidade.
Em função de obras, que já duram
cerca de cinco anos, os pacientes vêm sendo
atendidos em contêineres improvisados, conforme
diversos relatórios e denúncias apresentados
ao Ministério Público pelo CREMERJ.
“Vou pedir a prisão
de todos os gestores envolvidos, tendo em vista o
descumprimento da ordem judicial de 8 de novembro
de 2012. É um absurdo o que acontece. Cada
um passa a responsabilidade para outro e nada é
resolvido. Enquanto isso, os pacientes sofrem”,
afirmou Jaime Mitropoulos.
O problema enfrentado pelo Hospital
Federal de Bonsucesso tem sido motivo de constantes
denúncias por parte do CREMERJ, que já
visitou a unidade várias vezes. Com a estagnação
das obras da emergência, há excesso de
pacientes e alguns chegam a ser atendidos nos corredores.
“É um absurdo a situação
do HGB. O que acontece com a emergência é
indigno. Médicos e pacientes sofrem com essa
precariedade. A punição dos responsáveis
por essa situação caótica, que
já se arrasta há anos, servirá
de exemplo para os gestores que não têm
compromisso com a saúde”, destacou o
presidente do CREMERJ.
Na ocasião, o conselheiro
Pablo Vazquez lembrou que o sucateamento acontece
em todos os hospitais do Rio de Janeiro.
“A situação de
todas as unidades do Rio, em todas as esferas, é
caótica. Por trás disso, está
a tentativa de forçar o Supremo Tribunal Federal
a implementar a Ebserh. A Ebserh tem medo de contratar
sem uma posição do Supremo e, por isso,
não faz concursos. Enquanto isso, o Centro
de Queimados do Hospital do Andaraí, por exemplo,
está prestes a fechar e o CTI do Cardoso Fontes
também. Se continuar essa inércia, mais
serviços serão desativados, e não
podemos deixar isso acontecer”, complementou.
A conselheira Erika Reis também
participou da reunião. |