"A
situação é essa: as crianças
graves que serão atendidas na emergência
correrão sérios riscos porque a UTI
do Miguel Couto não vai suprir a demanda. Em
vez de contratar novos médicos, eles optaram
por fechar o setor. Isso é um crime, a condição
está insustentável", declarou Sidnei
Ferreira, presidente do CREMERJ.
Dois médicos estatutários
pediram exoneração recentemente devido
às péssimas condições
da unidade. Hoje, mais dois residentes também
pediram para sair. No final de novembro, a diretoria
do CREMERJ esteve no hospital em uma reunião
com os médicos, que denunciaram o número
reduzido de intensivistas no setor. Um membro da Comissão
de Ética Médica do hospital também
acompanhou o encontro.
Na época, havia oito intensivistas,
enquanto deveria ter 17. Não havia médico
de rotina nem chefia na UTI pediátrica. A solução
encontrada foi colocar dois residentes no setor. Na
ocasião, o Conselho entrou em contato com o
secretário municipal de Saúde, Hans
Dohmann, para pedir uma solução para
esse problema, como a contratação imediata
de médicos para atuar na UTI pediátrica.
Em janeiro, a direção do Conselho retornou
ao hospital. Novamente, nenhuma decisão foi
tomada.
A UTI pediátrica é
referência para o treinamento de residentes
do Souza Aguiar, do Inca, da UFF e da UniRio. Entretanto,
o número reduzido de médicos no setor
estava prejudicando o aprendizado. De acordo com os
residentes, o principal problema é a falta
de preceptoria, que é mais uma função
do único médico de rotina e chefe do
setor. |