fonte: O Globo

Mais de um ano depois de Cuba anunciar o fim da parceria com o governo brasileiro para fornecer profissionais para o programa Mais Médicos, restam apenas dez cubanos hoje em atuação no Brasil. No auge, eles somavam milhares e eram o principal grupo, superando até mesmo os brasileiros. Atualmente, os estrangeiros mais numerosos no Mais Médicos são os venezuelanos. Eles são 91, de um total de 269 nascidos fora do Brasil, distribuídos por 25 nacionalidades diferentes.

Os números são do Ministério da Saúde e foram obtidos pelo site Fiquem Sabendo, por meio da Lei de Acesso à Informação. Em resposta ao GLOBO, a pasta explicou que os dez médicos cubanos chegaram ao Brasil através da parceria com o governo de Cuba. Depois do fim do acordo, eles retornaram ao programa graças a decisões judiciais. Os demais estrangeiros, inclusive os venezuelanos, fizeram o processo de inscrição individual.

No fim de 2018, a cooperação entre os dois países foi encerrada por decisão de Cuba. Na época, o Ministério da Saúde cubano alegou que o então presidente eleito Jair Bolsonaro, “com referências diretas, depreciativas e ameaçadoras à presença de nossos médicos, declarou e reiterou que modificará os termos e condições do Programa Mais Médicos, com desrespeito à Organização Pan-Americana da Saúde e o que foi acordado com Cuba”.

Cuba agora é apenas o quinto país de procedência dos médicos estrangeiros, ao lado do México, que também tem dez profissionais. À frente, além dos 91 venezuelanos, também há 59 argentinos, 24 uruguaios e 16 bolivianos. Do restante, boa parte é da América Latina e Caribe. Haiti, Honduras, República Dominicana, Paraguai, Peru, Colômbia, El Salvador, Panamá, Belize, Equador e Nicarágua reúnem 41 médicos.

Fora do continente, o maior contingente é da Alemanha: cinco profissionais. Outros quatro países da Europa — Espanha, Itália, Portugal e República Tcheca — forneceram juntos mais dez. Da África, há um de Benin e outro da Nigéria. Por fim, há um da Síria, no Oriente Médio.

A planilha fornecida pelo Ministério da Saúde por meio da Lei de Acesso à Informação mostra, entre brasileiros e estrangeiros, 58.042 médicos. Ao GLOBO, a pasta explicou que esse é todo o histórico de profissionais que foram homologados no programa. O número de médicos trabalhando atualmente é bem menor: 13.845. Em seu pico, o programa teve um pouco mais de 18 mil médicos.