Rio de Janeiro, 23 de outubro de 2014

Vivemos dias bastante agitados e um grau alto de ansiedade nestes antes da eleição presidencial. Há muito tempo no Brasil não se vivenciava tão intensamente a sensação de que estamos frente a uma escolha profunda dos caminhos que se pretende seguir.

A CIPERJ, claro, não pretende direcionar o voto de ninguém. Os cirurgiões pediátricos são pessoas plenamente aptas a fazer suas próprias escolhas. O que pretendemos aqui e estimular a reflexão e a consciência em torno deste momento. Para que se possa fazer uma escolha madura num Brasil dividido como nunca esteve.

Queremos um Brasil que descreve e estereotipa pobres e ricos, gays e heteros, homens e mulheres, medicos e pacientes, negros e brancos e os coloca em lados opostos, em patamares de luta constante para conquistar coisas? Ou queremos um povo misturado, vira-latas orgulhosos, como sempre fomos, que trabalhe e construa em conjunto? Diferentes, e dai? Luta e conquista ou trabalho e construção? Lados opostos ou harmonizar as diferenças?

Queremos um pais que nutra as pessoas que buscam oportunidades, que construa independência?

Como médicos, temos dois projetos para analisar. Mais médicos, mais especialistas, mais faculdades de medicina. Menos medicina de alta qualificação, mais medicina primaria, menos atendimento profissional, mais “humanismo”. Menos revalida. Ou uma carreira para médicos, apesar de uma promessa não detalhada. Que vai trazer responsabilidades também, mas diferentes.

Não há magica, nem super-heróis, nem santos fazendo política. O que talvez não seja impossível e que alguns sejam honestos e comprometidos. Ou, talvez principalmente, que daqui para a frente estas pessoas sejam fiscalizadas efetivamente e obrigadas ao dialogo.

Não se trata de escolher entre a tradição e a modernidade. Nem entre regimes socialistas antiquados e regimes conservadores antiquados. Isso não cabe mais. Trata-se de escolher um caminho novo. O pais não pode continuar sendo o que esta sendo. Nem pode simplesmente voltar a ser o que sempre foi. Há que se buscar o novo. Mas qual, e como?

Não se trata de escolher um número e voltar ao todo dia indiferente ao que “eles” façam. O novo exige construção e participação. O novo exige envolvimento.

Não é pelos vinte centavos, é pelo futuro inteiro.

Bom domingo para vocês! Que tenhamos sorte e maturidade e possamos participar de tempos melhores.

DIRETORIA DA CIPERJ