filas_examesfonte: Folha de SP

Com o aumento na demanda por exames, laboratórios dizem estudar estratégias para diminuir o tempo de espera e atrair pacientes para fora do horário considerado de pico, entre 6h30 e 10h.

Entram na lista a abertura de mais unidades, novos sistemas de controle de senhas e monitoramento da fila de exames, coleta domiciliar e até a possibilidade de diminuir o tempo de jejum.

Esta última medida, ainda recente, divide as empresas.

A A+Medicina Diagnóstica, do grupo Fleury, diz em nota que “trabalha para mostrar aos clientes que nem todos os exames precisam de longos períodos de jejum, o que possibilita realizar testes de sangue fora dos horários de pico.”

O grupo Dasa, que mantém as marcas Delboni e Lavoisier, também diz ter comprado equipamentos que utilizam amostras menores e “não sofrem interferência de gordura alimentar na análise”.

A mudança ainda é feita pela utilização de reagentes químicos específicos e pela interpretação médica atrelada a esses fatores, informa. “Este investimento fez com que a maioria dos exames de sangue não necessite mais do jejum”, afirma Stenio Alvarenga, diretor executivo da regional paulista da Dasa.

O SalomãoZoppi não comentou o assunto. Questionado sobre campanha para mudanças de horários, informou que “nem sempre é consenso entre médicos e pacientes”.

DEMANDA

Em comum, todos os laboratórios confirmam aumento na demanda e dizem investir em novas unidades.

O SalomãoZoppi diz que abriu cinco novos laboratórios neste ano e que planeja outros cinco para 2015. Também afirma ter realizado expansão do call center, a primeira área a sentir o impacto do maior número de usuários, afirma. “A estratégia de ampliar unidades tem como objetivo distribuir a demanda que vem crescendo em média 20% ao ano.”

Posição semelhante é apresentada pela A+ e Dasa.

A maioria, porém, nega demora no atendimento e cita “falhas pontuais”. A A+ diz que registrou queda no sistema na unidade Heitor Penteado por uma hora no dia 28, “situação que provocou aumento no tempo de espera”.

O Centro de Diagnóstico do Brasil não respondeu até a conclusão desta reportagem.

Claudia Cohn, da Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), diz que parte da demora no atendimento nos laboratórios ocorre pela diferença entre os sistemas dos planos de saúde para liberar alguns exames.

Cohn elenca também um novo fator para explicar as unidades mais cheias: uma “mudança de cultura”, na qual se pede exames por prevenção, e não apenas quando se está doente. “Existe uma interpretação distorcida de que o aumento de exames é prejudicial. Mas tende a aumentar quanto mais as pessoas se prevenirem.”