fonte: SinMed-RJ
Dados revelam uma realidade que, diariamente, aflige médicos e pacientes em unidades hospitalares de todo o país. Quase 15 mil leitos de internação, aqueles destinados a pacientes que precisam permanecer num hospital por mais de 24 horas – foram desativados na rede pública de saúde, desde julho de 2010. O Rio de Janeiro foi o estado que mais sofreu – com 5.977 leitos desativados.
Na sequência, aparece a região Nordeste, com 3.533 leitos desativados no período. Centro-Oeste e Norte sofreram cortes de 1.306 e 545 leitos, respectivamente. A região Sul é a única que apresenta ligeira alta de leitos (417 a mais).
O presidente do SINMED-RJ, Jorge Darze, garante que, se forem contabilizadas as redes estadual e municipal do Rio de Janeiro, é possível achar um número superior a13 mil pacientes que aguardam nas filas de cirurgias. “Esse longo tempo de espera muitas vezes leva a morte”.
Dentre as especialidades mais afetadas no período, em nível nacional, constam a pediatria cirúrgica (-7.492 leitos), psiquiatria (-6.968), obstetrícia (-3.926) e cirurgia geral (-2.359). Já os leitos destinados à clínica geral, ortopedia e traumatologia foram os únicos que sofreram acréscimo superior a mil leitos.
Abaixo da média mundial – Embora a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) não recomendem ou estabeleçam taxas ideais de número de leitos por habitante, é possível observar que, em relação a outros países com sistemas universais de saúde, o Brasil aparece com um dos piores indicadores.
De acordo com o último relatório de Estatísticas de Saúde Mundiais da OMS, o Brasil possuía 2,3 leitos hospitalares (públicos e privados) para cada grupo de mil habitantes no período de 2006 a 2012. A taxa é equivalente à média das Américas, mas inferior à média mundial (2,7) ou as taxas apuradas, por exemplo, na Argentina (4,7), Espanha (3,1) ou França (6,4).