fonte: CREMERJ

O presidente do CREMERJ, Sidnei Ferreira, e a diretoria do Conselho, se reuniram com o secretário estadual de Saúde, Felipe Peixoto, nessa segunda-feira, 2. O Conselho fez um panorama sobre os principais problemas no setor, destacando a falta de recursos humanos e a precarização da relação trabalhista. Já o secretário, que ocupa o cargo desde 1º de janeiro, falou sobre as suas propostas, entre elas, a reestruturação do Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói.
Após entregar um dossiê contendo relatórios de fiscalizações realizadas em unidades do Estado no último ano, Sidnei Ferreira relatou problemas constatados como condições inadequadas de trabalho, situações de agressão a médicos durante os plantões, ausência de concurso público, discrepância salarial e desorganização no setor de regulação de vagas.
“Identificamos irregularidades nas redes federal, estadual e municipal. O déficit de recursos humanos é um problema geral, assim como a falta de concurso público com salário digno. Os colegas estão sobrecarregados e o atendimento à população vem sendo prejudicado”, acrescentou.
Em relação à segurança, o presidente do CREMERJ citou o caso de uma equipe médica do Hospital Getúlio Vargas que sofreu ameaça de morte durante o plantão. Sidnei Ferreira disse que, em reunião com o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, foi sugerido fazer o convênio Proes para usar policiais fora do seu horário de trabalho – solução que já é utilizada em escolas –, além do controle dos fluxos de entrada e saída e instalação de câmeras. O objetivo dessas medidas é garantir a segurança nas unidades de saúde.
Segundo o secretário, o Proes é uma ideia que deve ser estudada. Ele reconheceu que o salário dos médicos da rede estadual está defasado e citou a incorporação da Geeled aos salários como uma conquista.
“Não foi o suficiente, mas foi um avanço. Avaliamos algum meio para melhorar essa questão salarial. Sobre concurso público, não há previsão de realização”, disse o secretário.
Já o vice-presidente do CREMERJ, Nelson Nahon, chamou a atenção para importância das redes federal, estadual e municipal se falarem na tentativa de melhorar os problemas de gestão e de planejamento que ocorrem no setor. Ele também sugeriu que a Secretaria Estadual de Saúde atente para as ações das secretarias municipais em suas regiões, principalmente na atenção primária.
O diretor do CREMERJ Pablo Vazquez destacou o problema causado pelas Organizações Sociais (OSs) nas unidades públicas, causando discrepância salarial e vínculos empregatícios precários.
“Considero importantes todas as questões levantadas. Procurei me cercar de profissionais de saúde que entendem do assunto para me auxiliar. Tenho ido às unidades estaduais e sei que muita coisa precisa melhorar. A primeira reivindicação de funcionários e pacientes é a falta de refrigeração e estou focado nisso. Quero também conhecer as ações das secretarias municipais de Saúde, pois sei o valor que isso tem”, afirmou Felipe Peixoto.
O secretário disse ainda que o Hospital Azevedo Lima será reestruturado e uma maternidade está sendo construída em São Gonçalo.
Sidnei Ferreira também lembrou os problemas enfrentados pelo Hemorio e pelo Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac) e ressaltou que problemas burocráticos, entre eles licitações, não podem afetar o andamento da unidade, como vem acontecendo nesses institutos com a grave falta de insumos, colocando em risco a integridade e a vida de muitos pacientes.
“Temos um compromisso com a população, a medicina e os médicos. Colocamos o CREMERJ à disposição da secretaria para fornecer outras informações de fiscalizações que possam ajudar a solucionar problemas nas unidades de saúde”, frisou Sidnei Ferreira.
O diretor-presidente do Instituto Vital Brazil, Antônio Werneck, e os conselheiros do CREMERJ Carlos Enaldo de Araújo, Marília de Abreu e Renato Graça também participaram da reunião.