fonte: CREMERJ

O CREMERJ se reuniu com o secretário de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, Felipe Peixoto, para debater a crítica situação dos hospitais estaduais, nessa segunda-feira, 18, em sua sede. Um dos principais questionamentos foi em relação aos hospitais Carlos Chagas e Rocha Faria, que, em fiscalizações recentes do Conselho, constataram-se superlotação, falta de medicamentos e infraestrutura precária. O CREMERJ também chamou a atenção para o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac) que passa por problemas semelhantes.
“Estivemos nessas duas unidades e constatamos precariedade de equipamentos, falta de insumos e medicamentos básicos e superlotação. No dia da nossa visita ao Carlos Chagas, por exemplo, havia 62 pessoas no corredor. Há um problema grave de falta de porta de saída, os pacientes precisam ser encaminhados para outras unidades”, disse o presidente do CREMERJ, Pablo Vazquez.
O secretário explicou que o déficit de medicamentos foi motivado por questões de licitação, mas que, para resolver o problema temporariamente, o Estado liberou cotas extras de recurso financeiro pela Rede FES. Felipe Peixoto também afirmou que o caos ocorrido nas unidades por falta de limpeza – suspensa por um dia devido a atrasos salariais – foi solucionado.
Quanto à infraestrutura, o secretário admitiu que o Rocha Faria e o Carlos Chagas necessitam de obras. “A situação do Carlos Chagas é mais complicada porque fisicamente não tem espaço para expandir. Quanto ao setor de endoscopia, precisa alocar novos equipamentos, pois os atuais estão sucateados. Queremos modernizar os hospitais, sem despender muito”, esclareceu.
Em relação à superlotação no Carlos Chagas, Felipe Peixoto relatou que na unidade “foi institucionalizado a presença de leitos no corredor devido à demanda”. “A diversidade de vínculos empregatícios no Carlos Chagas é um fator que dificulta a gestão”, completou.
Com base nas explicações do secretário, o coordenador da Comissão de Fiscalização (Cofis) do CREMERJ, diretor Gil Simões, observou que a Secretaria Estadual de Saúde não tem previsão de solucionar o problema da superlotação desses hospitais a curto prazo, o que preocupou o Conselho.
O secretário afirmou ainda que planeja realizar um concurso da Fundação Saúde este ano e que avalia um plano de cargos, carreira e vencimentos, que deverá ser encaminhado para a Assembleia Legislativa no próximo semestre. Além disso, segundo Felipe Peixoto, a Secretaria autorizou a entrada da Fundação Saúde para gerir os hospitais Ary Parreiras e Santa Maria.
O presidente do CREMERJ também destacou a importância da implantação de um Serviço de Verificação de Óbito (SVO) no Estado, já que em todo o Rio de Janeiro existe apenas um posto em Cabo Frio. Na ocasião, Pablo Vazquez entregou ao secretário um documento em que mostra o funcionamento de um SVO em São Paulo.
Já o vice-presidente do CREMERJ, Nelson Nahon, informou que o Conselho vem recebendo reclamações relacionadas ao Sistema de Regulação de Vagas, principalmente na área da oncologia. A subsecretária de Atenção à Saúde, Mônica Almeida, explicou que, para resolver esse problema, estuda-se uma forma de unificar a regulação estadual e municipal, além de um meio para atender áreas estratégicas como a oncologia e gestações de alto risco.
Os diretores Gil Simões, Marília de Abreu, Ilza Fellows e Carlos Enaldo de Araújo também participaram da reunião.