fonte: CREMERJ

Representantes do corpo clínico do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) denunciaram, em reunião com o CREMERJ nessa segunda-feira, 8, que a unidade está há seis meses sem diretor geral e técnico, vice-diretor, diretor da divisão médica e chefe da emergência. A falta de gestão tem atrasado procedimentos administrativos, como a assinatura dos diplomas dos médicos que concluíram a residência. Outro problema grave relatado é a falta de médicos e de outros profissionais de saúde.
Sem chefia, a emergência continua funcionando em contêineres e sofre constantemente com a superlotação. A deficiência de recursos humanos no serviço também sobrecarrega os plantões, que, em alguns casos, não conseguem ser preenchidos.
A falta de profissionais também tem afetado o serviço de pediatria, que, apesar de ter 28 leitos, apenas 17 estão em funcionamento. Esse déficit resultou ainda na perda das especialidades de pneumopediatria e de hebiatria – que atende adolescentes. Quatro crianças em estado crônico continuam entubadas na enfermaria porque a regulação não consegue transferi-las.
A deficiência de medicamentos é outro problema que tem preocupado os médicos do HFB. O motivo dessa falta é principalmente causado pela ausência de gestão.
Segundo os colegas, o Departamento de Gestão Hospitalar (DGH) do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro (Nerj) está ciente da situação crítica do hospital de Bonsucesso, incluindo a carência de gestão e a falta de profissionais.
Todos esses pontos foram discutidos em assembleia pelo corpo clínico do HFB, que decidiu elaborar um documento com as denúncias para enviar ao Conselho.
“O CREMERJ considera grave todas as denúncias feitas até então. Não existe justificativa para um hospital do porte do HFB ficar sem gestão durante tanto tempo. O DGH precisa apresentar solução para todos os problemas, inclusive para a falta de profissionais”, declarou o vice-presidente do Conselho, Nelson Nahon.
Os diretores do CREMERJ Gil Simões e Carlos Enaldo de Araújo também participaram da reunião.