fonte: CREMERJ
O CREMERJ repudia a punição da Secretaria Municipal de Administração (SMA) com repreensão publicada nessa segunda-feira, 4, no Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro, de 56 médicos estatutários dos hospitais da prefeitura. As retaliações se devem ao movimento deflagrado pela categoria, em 2011, por salários dignos e condições adequadas de trabalho, e que resultou na suspensão do preenchimento das Autorizações de Internações Hospitalares (AIHs), decidido em assembleia. Na época, a luta foi considerada ética e justa pelo Conselho e pelo Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed-RJ), recebendo o apoio de ambas as entidades.
O presidente do CREMERJ, Pablo Vazquez, solicitou uma audiência com o prefeito Eduardo Paes sobre o assunto. “Lembramos que esses médicos são concursados e estatutários e, até o momento, continuam se dedicando aos hospitais e recebendo salários inferiores aos contratados. O movimento teve respaldo ético deste Conselho e não causou danos ao atendimento dos pacientes nas unidades. Desde 2011, nas audiências com os secretários municipais de Saúde e de Administração solicitamos que essa punição não fosse aplicada aos médicos”, declarou Vazquez.
Em janeiro de 2015, os médicos começaram a ser convocados para depor no inquérito devido ao não preenchimento das AIHs no movimento de 2011. No decorrer do ano passado, o CREMERJ se reuniu com os colegas dos hospitais para debater o assunto e traçar os necessários encaminhamentos.
“Reafirmamos que o movimento foi justo e ético. As punições se tratam claramente de uma atitude de retaliação, cujo objetivo é estancar o surgimento de outros movimentos, que levem a melhoria das condições de remuneração dos médicos e de atendimento à população”, acrescentou Vazquez.