fonte: CREMERJ

O vice-presidente do CREMERJ, Nelson Nahon, participou nesta quarta-feira, 17, de audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) para debater a crise financeira do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe). A reunião foi coordenada pelas Comissões de Saúde, Educação e Trabalho da Alerj e contou com a presença de parlamentares, entidades médicas, estudantes, residentes, médicos e professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e do Ministério Público Estadual (MP-RJ) e demais profissionais da saúde.
“Essa audiência foi fundamental para que os parlamentares criem uma frente de discussão  com parceria do CREMERJ, Amererj, a direção do Hupe, a Defensoria Pública e o Ministério Público. Temos que exigir de forma imediata ao Governo do Estado, que é o responsável por essa crise, a resolução deste momento crítico no Hupe, que é tão importante para a população e na formação de médicos e demais profissionais de saúde. O Governo do Estado não pode continuar investindo parte de seus recursos na privatização de hospitais”, declarou Nahon.
Durante a audiência, os presentes discutiram a sucateamento da unidade, o atraso no repasse de verbas, a falta de pagamento dos terceirizados, o déficit de insumos e medicamentos e a falta de pagamento da bolsa dos residentes. O diretor do Hupe, Edmar Santos, destacou que toda a equipe tem unido esforços para manter o atendimento à população, mas que situação tem ficado insustentável.
“É preciso que haja uma regularidade no pagamento das terceirizadas e dos repasses. Hoje vivemos uma incerteza diária. Não sabemos se no dia seguinte teremos alimentação para os pacientes internados e pessoas para fazer as refeições, por exemplo. Isso gera uma  inquietação muito grande em todos nós. Queremos recolocar o hospital em sua posição estratégica e ajudar a resolver os problemas de saúde do nosso Estado”, declarou o diretor.
Segundo Santos, para que a unidade saia da crise aguda e reabra os 350 leitos de forma imediata, embora tenha capacidade para 500, são necessários R$ 9,5 milhões mensais, sendo R$ 5 milhões para a manutenção das empresas terceirizadas e R$ 4,5 milhões para o abastecimento de insumos e medicamentos.  Esses valores também garantem, segundo ele, o retorno da produção para o Sistema Único de Saúde (SUS), o que também gerará mais receita para o Hupe.
A promotora Isabel Calman declarou que o Mistério Público Estadual tem acompanhado a situação do Hupe e que uma fiscalização foi realizada na unidade em janeiro. Uma reunião para discutir a crise na unidade foi agendada para o próximo dia 23 e terá a participação de representantes dos governos estadual e municipal, entidades médicas e do Hupe.
“Verificamos em 2015 uma situação de crise na Saúde do Rio de Janeiro que está sendo utilizada como justificativa para o não investimento e o não pagamento dos serviços necessários. No entanto, antes de tomarmos uma medida mais drástica, vamos realizar essa reunião para que todos juntos possamos elaborar propostas para tirar o Hupe da crise”, adiantou a promotora.
O deputado Paulo Ramos, que presidiu a sessão, declarou que os parlamentares irão agendar uma reunião com os secretários de Estado de Saúde, da Fazenda e de Ciência e Tecnologia para buscar uma solução ao problema. Nenhum representante do Governo do Estado esteve presente na audiência desta quarta-feira.
“Vou levar ao presidente da Casa, deputado Jorge Picciani, todas as demandas necessárias para o funcionamento efetivo do hospital. Temos que convocar todos os secretários de Estado relacionados com a administração do Pedro Ernesto. Acredito que o valor pedido pelo diretor da unidade seja pequeno. A saúde tem que ser prioridade do governo”, afirmou o parlamentar.