upafonte: O Globo

A Defensoria Pública do Rio, em visita a Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) estaduais dos bairros de Bangu, Ricardo de Albuquerque e Marechal Hermes, constatou uma série de irregularidades, como a redução do número de médicos e outros profissionais de Saúde, desabastecimento de insumos, materiais e medicamentos, problemas nos exames laboratoriais e falta de monitores e ventiladores mecânicos até mesmo nas salas de emergência vermelha (destinada a pacientes graves) e amarela. Todas as informações constam em relatório que será entregue amanhã à Secretaria de Estado de Saúde. A Defensoria disse também, em nota que o prazo para um posicionamento formal da pasta será de sete dias, e “que a partir daí, serão adotadas medidas coletivas cabíveis para que o atendimento seja normalizado”.

“Esse quadro é consequência da redução substancial e da irregularidade dos repasses financeiros à Secretaria de Saúde que, lamentavelmente, vem trabalhando com aproximadamente apenas 30% do orçamento da pasta. Isso inviabiliza o pagamento integral e regular dos valores devidos às organizações sociais, responsáveis pela gestão das UPAs 24h “, afirmou, em nota, a coordenadora de Saúde e Tutela Coletiva, Thaisa Guerreiro. A defensoria considera que, se nada mudar, o Rio vai viver “uma crise semelhante à instalada na rede estadual de saúde no final de 2015”. “Em um cenário de poucos recursos, maior razão há para que as verbas sejam alocadas prioritariamente na saúde. O ajuste das contas públicas não pode ser realizado à custa de direitos fundamentais”, enfatizou.

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde disse que vai multar a Organização Social Lagos Rio, que administra duas das unidades, em R$ 350 mil por unidade. “As coordenações das UPAs de Bangu, Marechal Hermes e Ricardo de Albuquerque informam que as três unidades seguem em funcionamento e estão abastecidas com materiais e medicamentos. Quanto à dispensação de medicamentos, a SES informa que já solicitou a relação de insumos às unidades e os estoques serão repostos até esta sexta-feira (2/09). A SES realizou também um inventário para checar a necessidade de reposição de equipamentos nas unidades e até o fim da semana vai substituir monitores e ventiladores respiratórios que estejam danificados”, completou, em nota.