hucff_protestofonte: FENAM

O Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SinMed/RJ) pretende discutir com o ministro da Educação, José Mendonça Bezerra, a atual situação do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), a fim de garantir a abertura de novos concursos para a unidade, que enfrenta grande déficit de profissionais.

Apesar do investimento de R$ 600 mil em reformas, os 62 novos leitos de CTI do hospital permanecem vazios. De acordo com o presidente do SinMed/RJ, Jorge Darze, a maior carência de leitos no Rio de Janeiro está no setor de Tratamento Intensivo. “Esse hospital, por ser uma unidade de ensino, realiza procedimentos que outros hospitais não realizam, principalmente, de alta complexidade, pesquisas e formação de pessoal para a área da saúde. É patrimônio do povo do Rio de Janeiro”, afirmou.

A razão da carência de leitos é a ausência de médicos e enfermeiros para suprir a necessidade do setor. Segundo a direção do hospital, seriam necessários mais 180 profissionais para garantir o funcionamento dos setores inativos. Uma obra que está em andamento, com a finalização prevista para o final de 2017, vai garantir a abertura de mais 140 leitos de enfermaria.

Os hospitais universitários vêm passando por um projeto de privatização, defendido pelo governo federal, que pretende entregar as unidades à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Segundo o diretor do HUCFF, Eduardo Côrtes, “o Ministério da Educação (MEC) vem pressionando para que o Clementino Fraga Filho também seja administrado pela empresa de direito privado, já que outras unidades já estão sob a sua gestão”.

A adesão à Ebserh implica diretamente no fim da autonomia do Conselho Universitário, além de violar diversas regras constitucionais da administração pública. O SinMed/RJ alerta que “onde tem Ebserh, tem crise nas unidades gerenciadas por ela”. O Hospital do Fundão enviou ao MEC, no dia 25 de julho, um pedido de contratação emergencial. No momento, a solicitação está sendo encaminhada ao Ministério do Planejamento para processo de cálculo orçamentário. Ainda não há previsão da entrada de novos profissionais na unidade. Está sendo aguardada uma audiência solicitada pela Fenam, para a próxima quinta-feira (25), com o MEC, em Brasília, para a qual será convidado o diretor do Hospital do Fundão.