fonte: Jornal do Brasil

A Amil, hoje americana, parece pior do que o SUS do Rio de Janeiro. O vergonhoso constrangimento por que passam os médicos, de não poderem atender aos associados da Amil, é na verdade um deboche dos economistas brasileiros que prestaram serviços, ou vassalagem, a essa empresa, hoje americana. Os preços de indenização por cirurgia são muito inferiores até aos de uma cirurgia de veterinário em animais domésticos.

Imagina-se que em pouco tempo volumoso número de associados de Amil, mais jovens, migrarão para outros planos de saúde, nos quais os associados são tratados como animais racionais, ou seres humanos, e não como animais domésticos – que devem sim ter o melhor tratamento, mas é inquestionável a complexidade da medicina nos seres humanos.

Os associados não vão mais encontrar profissionais  – seus médicos particulares – que queriam fazer cirurgias cujos valores de ressarcimento são irrisórios. Afinal, profissionais de qualidade que se submeterem, ou tiverem que aceitar trabalhar nesta empresa ou nos seus hospitais, vão ter dificuldades de serem acreditados.

O desemprego é uma circunstância social e econômica em que vive um país em determinado momento, mas ultrajar e humilhar profissionais que necessitam de trabalho não poderia ser permitido, principalmente o profissional que salva vidas.

A ANS (Agência Nacional de Saúde), guardiã dos usuários de planos de saúde, não pode ser conivente, nem aceitar esse tipo de ressarcimento que desqualifica o profissional.

O Ministério Público e o Ministério da Saúde não podem ficar alheios a este enriquecimento imoral que essas companhias, principalmente a estrangeira, estejam fazendo no Brasil.