fonte: O Globo
A redução no atendimento oferecido pelas clínicas de família não é a única dificuldade que pacientes que procuram a rede municipal de saúde enfrentam. Em pouco mais de um ano, a fila do Sistema de Regulação (Sisreg) para exames, consultas e cirurgias cresceu 62,7%.
Em julho do ano passado, havia 192.648 pessoas no Sisreg, à espera de atendimento, de acordo com o Tribunal de Contas do Município (TCM). Informações do sistema obtidas pelo GLOBO mostram que ontem havia 313.578 solicitações de atendimento na fila.
Uma das pacientes que estão esperando por cirurgia é Neli Gentil Silvano, de 61 anos, que ontem contava seu drama no Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo. Submetida a uma colostomia em setembro do ano passado, quando foi vítima de uma bala perdida, na Vila Kennedy, ela está há nove meses tentando vaga para retirar a bolsa.
— Desde que fui atingida por uma bala perdida dentro de casa, minha vida mudou. Fui operada neste hospital e precisei de uma colostomia. Os médicos disseram que deveria ficar com o equipamento, no máximo, por quatro meses. Desde então, tento uma vaga para a retirada da bolsa e não consigo —reclamou.
Na semana passada, Neli chegou a ser internada no Albert Schweitzer para ser operada, mas foi dispensada logo em seguida porque a unidade havia suspendido, segundo a paciente, as cirurgias. Anteontem, ela foi chamada novamente e espera conseguir ter a bolsa retirada hoje.
Em nota, a Secretaria municipal de Saúde afirmou que a “crise econômica fez com que milhares de pessoas deixassem de utilizar o serviço privado de saúde e recorressem ao SUS. Como efeito disso, houve um aumento do número de pessoas na fila do Sistema de Regulação (SisReg)”. O órgão informou que Neli será operada nos próximos dias.