fonte: AMB
O impacto das novas tecnologias na relação entre médicos e pacientes, propostas de protocolo para acesso venoso na infância e a produção de diretrizes médicas foram os assuntos debatidos nesta terça-feira (25) na reunião do Conselho Científico da Associação Médica Brasileira (AMB). O encontro, que reuniu representantes de diversas sociedades de especialidade, foi conduzido pelo presidente da comissão, Antonio Carlos Chagas.
O coordenador do Projeto Diretrizes da AMB, Wanderley Bernardo, reforçou o convite para que as sociedades se envolvam na criação de padrões médicos. As oficinas reúnem entre 10 e 15 especialistas para realizar a revisão sistêmica, a contextualização e, por fim, a recomendação da diretriz. Bernardo destacou, ainda, a importância de manter a produção nacional de padrões sempre atualizada.
“Nos últimos cinco anos, amadurecemos bastante esse processo na AMB. Deixar de fazer diretrizes no Brasil apenas para importá-las é abrir mão de uma contextualização que é particular e isso reflete na qualidade do atendimento aos pacientes”, reforça.
Laços estreitos com os pacientes
A reunião do Conselho Científico também abriu espaço para a continuidade das discussões sobre o impacto da inovação na relação entre médicos e pacientes. Carlos Alberto Pastore, cardiologista e gestor do Hospital das Clínicas, falou sobre as perspectivas para a regulamentação da telemedicina.
“É preciso debater padrões que resguardem o contato entre pacientes e médicos. No campo técnico já avançamos bastante, mas do ponto de vista da consulta, que é o contato direto com o paciente, ainda precisamos consolidar o processo. A inovação é uma realidade e é necessário criar regulamentações para incorporar essas ferramentas ao contexto médico”, avalia Pastore.
Qualidade do acesso venoso
A pauta do Conselho Científico contemplou, ainda, uma reflexão sobre a necessidade de melhora das práticas de acesso venoso em pediatria, apresentada pela cirurgiã pediátrica e especialista em Oncologia, Vilani Kremer. Ela chamou atenção para o impacto dos danos às veias na infância e como isso reflete nos tratamentos de patologias durante toda a vida do paciente.
“É preciso enxergar o acesso venoso como um procedimento importante. Se há falha, certamente teremos atrasos e dificuldades no tratamento, o que significa aumento no tempo de internação e maior custo. Um problema no acesso durante a infância pode trazer complicações no tratamento de doenças crônicas durante toda a vida do paciente”, ressalta Vilani Kremer.
O Conselho Científico da AMB volta a se reunir no final de julho.