fonte: CREMERJ
O CREMERJ solicitou o acesso aos dados que embasam as decisões já tomadas pelo governo estadual na condução da pandemia e as futuras decisões.
Isto afeta diretamente a saúde da população e a rotina de trabalho dos Médicos.
Neste momento extremo, em que somos submetidos a condições de sobrecarga de trabalho, falta de equipamentos de proteção e mortes de dezenas de colegas, por estarem na linha de frente de atendimento à população, é necessário que os Médicos tenham representatividade. O governo do estado instituiu um conselho de notáveis com diversos Médicos e nenhum representante do CREMERJ.
Cumpre-nos lembrar que, ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro, por imperativo legal, cabe zelar e trabalhar por todos os meios ao seu alcance, pelo perfeito desempenho ético da Medicina .
Notícias vindas da imprensa sugerem ser iminente a adoção do chamado “lockdown”.
Já temos dezenas de relatos de colegas Médicos, que na cidade de Niterói, foram dificultados de se dirigirem a hospitais para trabalharem por bloqueios policiais. É fundamental que se tenha um plano de ação, antes de se instituir medida tão radical, para permitir o trânsito de Médicos, profissionais de saúde e ambulâncias.
As diversas fiscalizações feitas pelo CREMERJ mostram um cenário de total desarticulação entre as três esferas de poder, que se traduzem neste caos de atendimento, que provoca mortes de dezenas de fluminenses por dia. Como disse a porta-voz da OMS, o lockdown jamais foi aconselhado pela Organização Mundial da Saúde, como sendo uma medida realizada por quem não foi capaz de se estruturar, para atender à grande demanda de pacientes, que já se sabia desde dezembro que ocorreria. Além disso, o CREMERJ precisa saber quais os planos do governo, para manter a população em casa por meses, sendo providas de suas necessidades básicas. E como serão mantidos os serviços de saúde funcionando, com RH e insumos prontamente disponíveis, neste longo período de tempo até o surgimento de uma vacina.
O CREMERJ deve ser informado e ouvido antes de qualquer medida, que afete diretamente a saúde da população e a de seus profissionais, para poder opinar e colaborar com a elaboração e instituição delas. E, principalmente, passar a experiência de quem conhece o dia a dia dos problemas, que assolam a saúde de nosso estado, por estarmos no front dessa guerra.