fonte: Saúde Business
A nova gigante de saúde suplementar terá mais de 13 milhões de beneficiários, 84 hospitais, 280 clínicas e 257 unidades de diagnóstico distribuídos pelo país. Antes concorrentes, as operadoras Hapvida e NotreDame/Intermédica devem criar, juntas, uma empresa com valor de mercado estimado entre R$ 110 bilhões e R$ 120 bilhões. Será o segundo maior grupo de saúde do país, atrás apenas da Rede D’Or.
O acordo de fusão da Hapvida e NotreDame/Intermédica foi anunciado oficialmente no final de fevereiro. Os custos da transação seriam de R$ 116 milhões, segundo divulgado pelas duas empresas. Ambas convocaram Assembleias Gerais Extraordinárias (AGE) para 29 de março para deliberarem sobre o assunto, que também depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O prazo para submeter o acordo ao Cade e ANS é de 45 dias a partir de sua assinatura.
A fusão une a segunda e a quarta maiores operadoras em números de beneficiários em nível nacional (excluindo autogestão). A Hapvida tem atuação destacada nos estados do Nordeste e do Norte, enquanto a NotreDame Intermédica ocupa presença expressiva no Sul.
O movimento das duas operadoras é mais uma demonstração da consolidação do mercado de saúde. As fusões e aquisições se aceleraram com a pandemia e, como envolvem grandes operações, mexem com todas as peças do xadrez.
Reflexo em outras operadoras
Um estudo realizado por uma consultoria a pedido da Unimed Brasil e divulgado pelo portal Setor Saúde aponta que das 345 Unimeds distribuídas pelo país, 26 podem ser fortemente impactadas com a união da Hapvida e Notredame/Intermédica. O maior impacto seria sentido em Minas Gerais.
Conforme o estudo, a sinergia das duas operadoras resultará em uma redução significativa das despesas gerais. “Com os custos menores, a nova companhia pode ofertar produtos ainda mais em conta e atender a um grande potencial de pessoas que ainda não tem plano”, aponta o documento.
Mais uma questão apontada é a possibilidade de aquisição de outras 44 operadoras, tanto pelo grupo Hapvida/GNDI ou por outro. Elas representam 3,5 milhões de clientes.
Entre as sugestões de reação para as Unimeds estão: ofertar planos low cost para atrair um volume maior de cooperados, estreitar relacionamentos com clientes corporativos e com fornecedores, elaborar produtos segmentados para grandes contas e aproximar-se das autogestões, a fim de entender suas necessidades e criar soluções personalizadas ao seu perfil.