fonte: Associação Paulista de Medicina

Entre 1º de abril de 2020 e 17 de abril de 2021, conforme dados do último boletim epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde, o Brasil teve notificação de 903 casos confirmados da síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P), temporalmente associada à Covid-19, em crianças e adolescentes de até 19 anos. Ao todo, 61 deles evoluíram para óbito.

A maioria dos casos possui evidência laboratorial de infecção recente pelo novo coronavírus (SARS-Cov-2). Foram 695 casos (77%) encerrados pelo critério laboratorial e outros 208 (23,1%) pelo critério clínico-epidemiológico, por terem histórico de contato próximo com caso confirmado de Covid-19.

As crianças e adolescentes mais atingidos são do sexo masculino (56,7%), sobretudo nas faixas etárias de 0 a 4 anos (44,1%) e de 5 a 9 (32,7%). Dentre os óbitos, mais da metade (50,8%) ocorreu entre as crianças de até 4 anos.

O Ministério da Saúde ressalta que “o monitoramento da SIM-P temporalmente associada à Covid-19 é importante para avaliar a magnitude da infecção pelo SARS-CoV-2 na faixa etária pediátrica, visto que é uma condição recente e potencialmente grave, em que os dados clínicos e epidemiológicos evoluem diariamente”.

SIM-P
A síndrome apresenta quadro clínico de amplo espectro, associada à infecção pelo novo coronavírus em crianças e adolescentes, caracterizada por uma resposta inflamatória exacerbada que acontece dias ou semanas após a infecção pelo vírus. É uma síndrome rara, mas grande parte dos casos evolui para formas graves, com necessidade de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Os sinais e sintomas são variados, podendo afetar os sistemas gastrointestinal, respiratório, neurológico, renal e cardíaco, além de alterações mucocutâneas. Os doentes também podem apresentar: febre alta e persistente, cefaleia, náuseas, vômitos, dor abdominal, conjuntivite não purulenta, disfunções cardíacas e outras condições.