fonte: Associação Paulista de Medicina
De acordo com dados publicados no Boletim Epidemiológico mais recente da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, entre as semanas epidemiológicas (SE) 1 a 13 de 2021, 729 casos suspeitos de sarampo foram notificados.
Deste número, 318 (43,6%) casos foram confirmados, 35 (73,9%) foram por critério laboratorial, 83 (26,1%) por critério clínico-epidemiológico, 268 (36,8%) foram descartados e permanecem em investigação 143 casos.
Durante o período, Amapá, Pará e São Paulo, foram os estados que mantiveram a circulação do vírus. O estado do Amapá destaca-se com 260 (81,8%) casos confirmados, em 10 municípios, e a maior incidência de casos (42,58 casos por 100 mil habitantes). No coeficiente de incidência, entre os locais com casos confirmados, é de 2,30 casos por 100 mil habitantes.
A faixa etária com o maior número de casos confirmados de sarampo foi a de crianças menores de 1 ano de idade, 115 (36,2%), apresentando o coeficiente de incidência de 53,08 casos por 100 mil habitantes, número muito superior ao registrado na população geral.
A incidência por faixas etárias definidas nas estratégias de vacinação, a maior incidência (21,27 por 100 mil hab.) é observada em crianças menores de 5 anos, o maior número de casos foi registrado entre pessoas do sexo masculino.
No ano de 2020, dez óbitos por sarampo foram registrados, sendo um no estado de São Paulo, um no Rio de Janeiro e oito no Pará. Em 2021, até o momento, não ocorreram óbitos pela doença.
Vigilância
Para diminuir o risco da ocorrência de casos graves e óbitos por sarampo, o Ministério da Saúde (MS) realizou, em agosto de 2019, a campanha Dose Zero da vacina tríplice viral para crianças de 6 a 11 meses.
Além disso, é recomendado seguir as orientações do Calendário Nacional de Vacinação, que apresenta indicações de vacinação contra o sarampo para pessoas de 12 meses a 59 anos.
A vigilância laboratorial para sarampo é adotada como estratégia durante o ano de 2021, a fim de acompanhar o surto de sarampo, apresentar melhor oportunidade de ação, definir as principais estratégias para bloqueio e controle do agravo.
Até 12 de abril, entre as SE 1 a 13-2021, do total de municípios brasileiros (5.570), 328 (5,9%) municípios solicitaram sorologia (IgM) para detecção de sarampo e, desses, foram identificados 47 (14,3%) municípios que tiveram pelo menos um exame IgM positivo. Do total de exames solicitados, 1.249 (88,3%) foram liberados e destes, 441 (35,3%) foram positivos para sarampo.
Vacinação
Devido à pandemia do coronavírus e o fato de alguns estados manterem a circulação do vírus do sarampo, o Ministério da Saúde recomenda que as ações de vacinação na rotina sejam mantidas. E recomenda que os processos de trabalho das equipes sejam planejados de forma a vacinar o maior número de pessoas contra o sarampo, conforme o Calendário Nacional de Vacinação, e evitar aglomerações para diminuir o risco de contágio pela covid-19.
Com isso, cada município deve estabelecer estratégias, de modo a ampliar as coberturas vacinais, com objetivo de atingir a meta de pelo menos 95% de cobertura para as doses 1 e 2 da vacina tríplice viral.
O sarampo é uma doença viral aguda e grave, principalmente em crianças menores de 5 anos, pessoas desnutridas e imunodeprimidas. A transmissão do vírus ocorre de forma direta, através de secreções nasofaríngeas expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. O contágio pode ocorrer também pela dispersão de aerossóis com partículas virais no ar, em ambientes fechados como escolas, creches, clínicas, entre outros.