fonte: Extra
Hospitais como Sírio-Libanês e Albert Einstein, em São Paulo, investem em farmácias com processos robotizados que aumentam a segurança dos pacientes e diminuem desperdícios. Os robôs conseguem separar frascos e comprimidos em doses individuais, com o mínimo de contato humano. No leito do paciente, já chega um envelope fechado, etiquetado com seu nome, descrição dos remédios e as doses já prontas.
No Hospital Sírio-Libanês, a farmácia central, que fica na unidade da Bela Vista, foi ampliada para a implantação de dois robôs italianos, importados por cerca de R$ 3 milhões. Um deles, o PillPick, depois que recebe os medicamentos, empacota por unidade, identifica e forma um estoque (armazena até 50 mil unidades, comprimidos ou ampolas). À medida que as receitas vão sendo liberadas, o robô separa a prescrição por paciente e horário. Há duas esteiras de saída dos envelopes: uma para a rotina e outra para urgência.
Se o paciente precisa de xarope ou uma pomada, outro robô, em um segundo equipamento, chamado BoxPicker, complementa o processo: o braço robótico retira o medicamento no estoque e deposita numa gaveta. Somente após uma luz verde acender, o farmacêutico pode abrir a gaveta e pegar o remédio.
— A máquina é muito precisa. Levamos três meses para fazer todo o cadastro de medicamentos. Conforme a liberação das receitas, o equipamento separa a prescrição por paciente e horário. Por dia, atendemos 400 leitos. Com a expansão do hospital, buscamos ferramentas para atender esta demanda, minimizando riscos, aumentando a segurança e visando ainda a redução do custo fixo explica Débora de Carvalho, gerente da farmácia do Sírio.
A farmacêutica aponta ainda que o desperdício com medicamentos vencidos diminui, uma vez que o robô faz o bloqueio e descarte dos remédios 15 dias antes.
— A distribuição é inteligente. Com a automação robótica, o setor reduziu em 50% o tempo gasto para atender os leitos — diz Débora.
A meta para 2017 é dar o mesmo tratamento para os injetáveis e remédios líquidos na ala da pediatria.
— A ideia é que o medicamento injetável já saia pronto na seringa ou no soro. Com isso, é possível reduzir a potencialidade de erro e contaminação microbiológica. No caso de líquidos orais, a dose já sair pronta da farmácia seria muito importante na pediatria — explica ela.
Já no Hospital Israelita Albert Einstein, no Morumbi, os dois equipamentos estão previstos para entrar em operação em março de 2016, segundo o gerente de suprimentos, Wladimir Mendes Borges Filho.
— Hoje já temos 26 gabinetes automatizados de dispensação de medicamentos e materiais, duas por andar do hospital. A farmácia abastece e as equipes de enfermagem retiram de acordo com a prescrição — conta Wladimir.
Só para estes gabinetes, o Einstein investiu R$ 3 milhões. E para a compra dos dois robôs, o hospital vai gastar R$ 5 milhões.