fonte: Agência Estado

O programa Mais Médicos do governo federal completou dois anos de funcionamento na última quarta-feira com um aumento no número de desistências. Nos primeiros sete meses do ano, 337 médicos abandonaram o programa, segundo o Ministério da Saúde, média de 1,6 por dia. Desde que o programa foi lançado, em 2013, e em todo o ano passado, 361 profissionais deixaram o programa – média de 0,75 por dia.

Os números não incluem a saída de 76 médicos cubanos em todo o período, o que eleva o total de evasão para 774 profissionais. Segundo o ministério, os desistentes representam uma parcela pequena, ante 18,2 mil que permanecem no programa, dos quais 11,4 mil cubanos. A maioria dos que saíram já teve as vagas ocupadas por outros profissionais convocados pelo governo.

O ministério atribuiu o crescimento da deserção em 2015 à maior rotatividade entre os profissionais brasileiros contratados pelo programa. Do total de desistentes neste ano, 335 são brasileiros. A aprovação na residência médica ou em concurso público está entre os principais motivos alegados para a saída. Ainda conforme o ministério, os cubanos representam apenas 0,6% do número total de profissionais que deixaram o programa.

Na semana passada, um casal de médicos cubanos abandonou o serviço em Agudos, região central do Estado de São Paulo. Alejandro Gonzales e Amarilis Prieto Carballosa trabalhavam havia um ano no programa de saúde da família da cidade e tinham até trazido uma filha de 12 anos para o Brasil. No dia 8, após o feriado, eles não apareceram para trabalhar. Conhecidos do casal informaram que eles tinham viajado com a filha para os Estados Unidos.

De acordo com amigos de Alejandro, ele teria reclamado das condições no Brasil, já que o acordo com Cuba não permite a vinda de filhos dos profissionais. Ele também teria feito referência à retomada das relações diplomáticas entre seu país e os Estados Unidos.

Reposição
O crescimento na desistência levou o governo brasileiro a realizar com mais frequência a reposição dos que saem. A primeira chamada para reposição, desde que o programa começou, foi feita em janeiro. Uma nova recolocação de médicos aconteceu em julho. A partir de agora, serão feitas reposições trimestrais – a próxima está marcada para outubro. No caso dos brasileiros ou intercambistas individuais, a reposição é feita por meio de convocação por edital.