fonte: CREMERJ

Médicos residentes farão um ato público, com suspensão das atividades e passeata, na próxima quinta-feira, 24, em protesto contra a desvalorização da categoria. Mais de 60 residentes de diferentes instituições de saúde se reuniram nessa quarta-feira, 16, na sede do CREMERJ, em assembleia, para organizar a mobilização – que faz parte do Movimento Nacional de Valorização da Residência Médica. Em todo país, serão promovidos atos públicos para chamar a atenção das autoridades para a situação dos residentes.

As principais reivindicações do movimento são: aumento da representação das entidades médicas na composição da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) e fim da Câmara Recursal – que atua dentro da CNRM –; fiscalização imediata de todos os programas antes da abertura de novas vagas; plano de carreira e de valorização para os preceptores; plano de carreira nacional para médicos do Sistema Único de Saúde (SUS); fim imediato da carência de dez meses para que os residentes possam usufruir dos direitos do INSS; isonomia da bolsa de residência médica com a bolsa do programa Mais Médicos; cumprimento da legislação vigente que garante auxílio-moradia para os residentes; e levantamento dos cortes orçamentários ou suspensão destes em todos os serviços que tenham residência.
Na assembleia, além da paralisação no dia 24, o grupo decidiu realizar um ato público, com concentração a partir das 10h em frente à sede do CREMERJ, de onde seguirá em passeata até o Palácio da Guanabara. Os residentes também solicitarão uma audiência com o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, para debater a situação da residência médica no Estado. Além disso, um panfleto explicando o movimento está sendo confeccionado e será distribuído para a população durante o ato público e nas unidades de saúde com programas de residência médica.
O coordenador da Comissão de Médicos Recém-Formados do CREMERJ, conselheiro Gil Simões, salientou que o Conselho apoia integralmente à causa. “O CREMERJ entende que a residência é a melhor forma de qualificação do médico. Também consideramos esse movimento é ético e justo, por isso estamos dando o suporte necessário. Gostaria de chamar a atenção para a iniciativa de vocês de lutar por melhorias na residência”, frisou.
Os diretores do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed-RJ) Ney Vallim e José Alexandre Romano também afirmaram apoio aos residentes e incentivaram a criação de comissões em cada unidade para fortalecer o movimento.
O presidente da Associação de Médicos Residentes do Estado do Rio de Janeiro (Amererj), Diego Puccini, informou que as entidades nacionais – Conselho Federal de Medicina (CFM), Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Associação Nacional de Médicos Residentes (ANMR), Associação Médica Brasileira (AMB) e Comissão Estadual de Residência Médica do RJ (Ceremerj) – também manifestaram apoio à causa.
“Acredito que esse movimento mostrará a nossa capacidade de mobilização e de organização. O nosso objetivo principal com a paralisação de um dia é ser ouvido, é chamar a atenção do Ministério da Educação para as nossas reivindicações. Se houver descaso, pensaremos em outra estratégia”, afirmou Puccini.
Já o diretor da Amererj João Felipe Zanconato reiterou que serão enviadas cartas às chefias dos serviços nos hospitais e às Secretarias estadual e municipal do Rio de Janeiro para comunicar a suspensão das atividades no dia 24. “Mas isso não isenta o diálogo com os chefes de serviço para explicar o movimento. É importante também conversar com os pacientes, mostrando para eles a verdadeira situação que temos enfrentado”, acrescentou.
Na assembleia, ainda ficou decidido que os residentes que não estiverem no município do Rio de Janeiro poderão se reunir em sua cidade para promoverem algum tipo de mobilização. Além disso, foi deliberado que, após o dia 24, serão realizadas assembleias para avaliar o movimento.