fonte: Folha de SP
A cafeína presente no cafezinho nosso de todos os dias tem motivado estudos com diferentes resultados sobre a sua ação na pressão arterial das pessoas.
Em recente número da “Revista Brasileira de Hipertensão”, Henrique T. Bianco e Mariza Thompson, da Unifesp, analisam a relação da cafeína com a pressão, em artigo de revisão.
Concluem que a ingestão diária de duas a três xícaras de café parece razoável e segura, com efeitos neutros segundo a maioria dos trabalhos publicados.
Ao considerar o consumo moderado de café como inócuo, os autores referem que sua associação com um aumento significativo da pressão arterial está relacionado apenas às pessoas sensíveis à cafeína, mas com efeitos desprezíveis no longo prazo em bebedores habituais de café.
Os efeitos agudos do café são transitórios e sua ingestão regular desenvolve tolerância. A cafeína chega à circulação sanguínea através do trato digestivo, estimula o sistema nervoso central e aumenta a diurese.
Bianco e Thompson destacam pesquisa de J. A. Greenberg com cerca de 6.500 idosos, publicada no “American Journal of Cardiology”, sobre o “efeito protetor” da cafeína no coração de idosos com mais de 65 anos de idade que consumiam quatro ou mais doses de café ao dia. Essa ação protetora para o coração, entretanto, não foi observada em pacientes severamente hipertensos.
por Julio Abramczyk
Médico formado pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp, faz parte do corpo clínico do Hospital Santa Catarina, onde foi diretor-clínico.
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